Time da Davis, que pega os canadenses em Florianópolis, estréia capitão sem experiência no torneio

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

O confronto da Copa Davis contra o Canadá, de hoje a domingo, em Florianópolis, marca mais uma busca não apenas do Brasil, mas também de seu principal jogador, de retomar um espaço de destaque no cenário do tênis mundial.
Após o boicote que resultou na queda à terceira divisão do principal torneio entre países do tênis, o Brasil inicia hoje sua segunda tentativa de voltar à elite da Davis. E de uma maneira distinta da do ano passado.
Em 2006, quem capitaneou a equipe foi Fernando Meligeni, ex-tenista muito ligado à competição -com 19 confrontos no currículo, é o sétimo brasileiro que mais atuou na Davis.
Com a saída de Meligeni, que deixou o cargo reclamando que a CBT (Confederação Brasileira de Tênis) não dá a prioridade que a competição merece, o perfil do capitão mudou.
O escolhido foi Francisco Costa, ex-jogador com pouca intimidade com a Davis -disputou apenas um confronto.
Desde o primeiro momento, Meligeni fechou com um grupo de confiança e deixou de lado o ranking para escalar a equipe.
Já Costa fez uma pré-convocação de oito tenistas para compor o time de quatro e escalou para as partidas de simples os dois primeiros do país no ranking da ATP -isso não acontecia desde 2003.
Os critérios para a escolha da sede também mudaram. Para fazer caixa, o Brasil enfrentou a Suécia em 2006 em Belo Horizonte e não em uma cidade ao nível do mar como queriam comissão técnica e jogadores.
Como o plano fracassou -a CBT trava uma disputa jurídica com o governo de Minas por divergências financeiras-, mudou a mentalidade. Florianópolis, cidade que mais abrigou jogos da Davis na era Guga, voltou a ser escolhida após 7 anos.
No ano passado, Guga atuou apenas nas partidas de duplas. A expectativa, pelo confronto ser em Florianópolis (cidade de Kuerten) e no saibro (piso onde conquistou seus principais títulos), era de que o tricampeão de Roland Garros atuasse nas partidas de simples.
Desde que foi nomeado capitão da Davis, em fevereiro, Costa afirmou estar acompanhando atentamente o retorno de Guga às quadras.
"Sua evolução [de Kuerten] é cada vez mais evidente. Acreditamos que ele estará muito bem para o confronto", afirmou o capitão à Folha.
Após o início dos treinos para o confronto, porém, Guga procurou Costa e disse que não estava pronto para uma partida de simples em cinco sets.
Kuerten disputou em 2007 sete torneios e conseguiu duas vitórias e dez derrotas.