São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2011

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Torneio que revelou Eder Jofre não acaba pela 1ª vez

BOXE
Interdição de ginásio paulistano suspende decisão da Forja dos Campeões

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

Pela primeira vez em 70 anos, a Forja de Campeões, torneio que revelou Eder Jofre e Maguila, entre outros, não teve final. O organizador da competição, Newton Campos, 85, disse que só foi avisado ontem, já no Baby Barioni, que o complexo esportivo estava interditado.
Assim, após os boxeadores terem se pesado e passado pelo exame médico, foi anunciado que as decisões em 11 categorias, dos moscas-ligeiros aos superpesados, não ocorreriam mais.
As finais do torneio, cuja edição inaugural aconteceu em 1941, reuniriam não somente pugilistas da capital paulista mas também do interior d e SP e de outros Estados, como Santa Catarina.
"Estou muito chateado. Não sei se vai dar para voltar [se a final for remarcada]", disse Alessandro Silva, 17, visivelmente desapontado.
Para defender a academia Caminho com Futuro, de Balneário Camboriú (SC), o pugilista enfrentou uma viagem de nove horas de ônibus.
"Toda vez temos de fazer uma catação [vaquinha] para poder vir aqui lutar", disse Marcos Pantaleão, técnico de um finalista de Bauru que lutaria no mesmo ringue onde também desferiram socos os campeões mundiais Popó, Miguel de Oliveira e Valdemir Pereira, o Sertão.
"Desde 1941, [o torneio] nunca havia parado. Não entendo por que só avisaram hoje [ontem] à tarde. É pena, seria a melhor final de todos os tempos", disse Campos, o organizador do evento.
Segundo o cartola, o Contru, órgão da prefeitura, interditou o complexo, mas ninguém o avisou. Tanto que, na semana passada, foram realizadas as semifinais.
Campos reclama de que o governo do Estado nada fez. "Que fique claro que a programação, quando prosseguir, continuará a partir deste momento. Quero dizer, não vai haver uma nova pesagem", afirmou o dirigente.
Houve bate-boca entre membros da Federação Paulista de Boxe e técnicos. Um tumulto teve início quando atletas e público se agitaram ao ouvir o treinador Marcos Macedo gritar: "Queremos luta, nós somos lutadores".
Quem lamentou ao ser avisado pela reportagem da Folha do ocorrido foi o produto mais ilustre da Forja, o bicampeão mundial e membro do Hall da Fama Eder Jofre. "É uma pouca vergonha. Que negócio é esse? Não avisam nada, não deixam praticar esporte", afirmou ele.


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