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BASQUETE
Milionário faz barulho com extravagâncias e promoções e reergue o pior time dos anos 90
Taco tira NBA do sério, e do tédio
DA REPORTAGEM LOCAL
O sopro de renovação da NBA
na temporada 2000/2001 não apareceu em um dos jovens recrutados nos colégios ou nas universidades norte-americanas.
Mark Cuban não veste o uniforme da sua equipe, não joga basquete nem dá instruções aos jogadores como técnico.
Mas, de fora da quadra, ressuscitou um time que foi a maior vergonha do esporte profissional dos
EUA na última década -venceu
apenas 28,1% dos jogos que disputou, recorde negativo entre todas as equipes que disputam as
modalidades norte-americanas
mais importantes.
Em menos de dois anos como
proprietário do Dallas Mavericks,
Cuban transformou um time que
não disputava uma fase final da
NBA há 11 anos, recorde da liga,
em uma equipe que já aparece entre as oito melhores do torneio.
A glória maior aconteceu na última quinta-feira, quando o time
do Texas ganhou por um ponto
do Utah Jazz e passou às semifinais da Conferência Oeste -faria
sua estréia nessa fase ontem, contra o San Antonio Spurs.
Mas não foi só dentro da quadra
que Cuban revolucionou o Dallas.
Seu estilo de administração e o
comportamento no dia dos jogos
também causam furor na liga.
Depois de embolsar US$ 2 bilhões com a venda da Broadcast.com, empresa de mídia on-line, para a Yahoo!, Cuban resolveu
investir US$ 280 milhões na compra do Dallas, que pertencia ao
magnata texano Ross Perot Jr.
O valor milionário não pesou
tanto no bolso do novo proprietário do Dallas -no ano passado,
só de imposto de renda, Cuban
desembolsou US$ 100 milhões
para o fisco norte-americano.
Como proprietário de uma das
franquias menos populares da
NBA, fez uma verdadeira revolução para atrair público.
Na temporada 1997/1998, a média de público do Dallas em casa
era de pouco mais de 13 mil por
jogo. No atual campeonato, já se
aproxima dos 17 mil -no mesmo
período, o público geral da NBA
permaneceu estagnado.
Para atingir essa marca, além de
melhorar o nível técnico do time,
Cuban fez várias inovações.
Antes do início da temporada,
apareceu com um cachorro rottweiler para mostrar que o time seria "feroz" na competição.
Quem pintar o rosto com as cores do Dallas ganha um ingresso.
Quando o time faz 100 pontos em
um jogo, distribui tacos (comida
mexicana) para os torcedores.
No último jogo da série contra o
Utah, realizado em Salt Lake City,
deu 400 entradas de graça para
pessoas originárias de Dallas.
Assim, Cuban diz ter já recuperado o investimento feito nos Mavericks, apesar de o empresário
alimentar uma conta quase fixa
desde que assumiu o time.
Com suas declarações, que causam irritação nos dirigentes da liga, e suas reclamações com as arbitragens, Cuban gastou, só na
atual temporada, mais de US$ 500
mil no pagamento de multas.
Até em brigas com jogadores rivais o dirigente se envolveu -como contra o Cleveland Cavaliers,
cujos jogadores ficaram enfurecidos com um suposto "olé" praticado pelos atletas do Dallas.
Longe dos camarotes, onde geralmente ficam os donos dos times da NBA, Cuban assiste aos
jogos da sua equipe próximo a
quadra -nos jogos como visitante, chega a ficar no banco de reservas do Dallas Mavericks.
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