UOL


São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Deivid, Aristizabal e Alex têm média recorde de gols feitos no Nacional

Goleadores "egoístas" do Cruzeiro já fazem história

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Nunca o Campeonato Brasileiro viu um trio tão arrasador como o do Cruzeiro de 2003. E nunca a competição teve um clube que dependesse tanto de tão poucos jogadores. Deivid, Aristizabal e Alex fizeram todos os 23 gols do melhor ataque do Nacional.
Até agora, os três asseguram à equipe mineira a histórica média de 3,29 gols por partida, a melhor de todos os tempos do torneio. Nenhum clube que tenha disputado uma edição do campeonato desde o início teve média de pelo menos três gols por apresentação.
Em 1979, o Palmeiras fez 3,20 gols por confronto, mas foram só cinco jogos na elite, pois primeiro disputou a Taça de Prata.
O clube que fica mais perto do rendimento do time de Wanderley Luxemburgo é o Guarani, que em 1982 registrou média de 2,65.
Se aumentarem um pouco o ritmo, os atletas do time mineiro podem superar o feito de outra equipe comandada por Luxemburgo, que em 1996 treinou o histórico ataque dos 102 gols do Palmeiras no Campeonato Paulista.
Como acontece com o Cruzeiro hoje, o Palmeiras, que tinha astros do quilate de Rivaldo e Cafu, também conseguiu uma longa série invicta. O clube do Parque Antarctica foi imbatível por 30 jogos. Os mineiros ainda não perderam neste ano. Estão invictos há 31 partidas. A última derrota foi em outubro de 2002, para o Coritiba.
Coincidentemente, as máquinas de gols de Luxemburgo se destacaram em torneios disputados em pontos corridos.
Coincidências também envolvem os três goleadores do vice-líder do Nacional. Aristizabal, Alex e Deivid já fizeram sucesso no futebol paulista e sentem neste momento o gosto de dar a volta por cima em seu clube atual.
O colombiano, que divide a terceira posição na artilharia com Alex e Dimba (Goiás), jogou no São Paulo entre 1996 e 1998, e se destacou ao lado de Dodô.
Depois, foi para o Santos, mas não vingou e retornou ao futebol colombiano para jogar no Deportivo Cali, em 2001. No ano passado, voltou a atuar no Brasil pelo Vitória-BA e foi lembrado pelos dirigentes do Cruzeiro em 2003.
"Decidimos contratar o Aristizabal porque estávamos montando um time jovem e queríamos um jogador experiente", afirmou Zezé Perrella, diretor-superintendente de futebol do Cruzeiro.
Ari, como é chamado pelos colegas, reencontra o seu melhor momento ao mesmo tempo que Alex, que perdeu uma vaga na seleção brasileira e não foi para a Copa de 2002. "Nós colocamos o Alex no peso ideal, cuidamos da alimentação dele, e ele voltou a brilhar", comemorou Perrella.
Deivid, isolado na artilharia do Nacional, é o que fez a melhor temporada entre os três matadores cruzeirenses em 2002.
O ex-corintiano conquistou o Rio-São Paulo e a Copa do Brasil, competição da qual foi o artilheiro. Mesmo assim, a diretoria corintiana preferiu negociá-lo.
Geninho, treinador que acabara de chegar ao Parque São Jorge, queria mantê-lo e o advertiu: "Em Minas Gerais, você vai ter menos projeção do que em São Paulo, disputando a Libertadores da América pelo Corinthians".
Deivid acha que seu ex-treinador estava errado. "Quando você faz gol e está entre os primeiros do campeonato, sempre vai ter destaque. Talvez, eu esteja aparecendo mais do que estaria se estivesse jogando a Libertadores", afirmou o atacante cruzeirense.
O trio tem um peso maior nas vitórias do que os principais goleadores do time tiveram no ano passado. Enquanto Deivid, Alex e Aristizabal fizeram 100% dos gols, Fábio Júnior, Marcelo Ramos e o zagueiro Luizão marcaram 60% dos tentos no Nacional-2002.


Colaborou Adriano Santos, free-lance para a Folha


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: Diretoria sonha agora em poder recuperar Zinho
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.