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FUTEBOL
Deivid, Aristizabal e Alex têm média recorde de gols feitos no Nacional
Goleadores "egoístas" do Cruzeiro já fazem história
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca o Campeonato Brasileiro
viu um trio tão arrasador como o
do Cruzeiro de 2003. E nunca a
competição teve um clube que dependesse tanto de tão poucos jogadores. Deivid, Aristizabal e Alex
fizeram todos os 23 gols do melhor ataque do Nacional.
Até agora, os três asseguram à
equipe mineira a histórica média
de 3,29 gols por partida, a melhor
de todos os tempos do torneio.
Nenhum clube que tenha disputado uma edição do campeonato
desde o início teve média de pelo
menos três gols por apresentação.
Em 1979, o Palmeiras fez 3,20
gols por confronto, mas foram só
cinco jogos na elite, pois primeiro
disputou a Taça de Prata.
O clube que fica mais perto do
rendimento do time de Wanderley Luxemburgo é o Guarani, que
em 1982 registrou média de 2,65.
Se aumentarem um pouco o ritmo, os atletas do time mineiro podem superar o feito de outra equipe comandada por Luxemburgo,
que em 1996 treinou o histórico
ataque dos 102 gols do Palmeiras
no Campeonato Paulista.
Como acontece com o Cruzeiro
hoje, o Palmeiras, que tinha astros
do quilate de Rivaldo e Cafu, também conseguiu uma longa série
invicta. O clube do Parque Antarctica foi imbatível por 30 jogos.
Os mineiros ainda não perderam
neste ano. Estão invictos há 31
partidas. A última derrota foi em
outubro de 2002, para o Coritiba.
Coincidentemente, as máquinas de gols de Luxemburgo se
destacaram em torneios disputados em pontos corridos.
Coincidências também envolvem os três goleadores do vice-líder do Nacional. Aristizabal, Alex e Deivid já fizeram sucesso no futebol paulista e sentem neste momento o gosto de dar a volta por cima em seu clube atual.
O colombiano, que divide a terceira posição na artilharia com
Alex e Dimba (Goiás), jogou no
São Paulo entre 1996 e 1998, e se
destacou ao lado de Dodô.
Depois, foi para o Santos, mas
não vingou e retornou ao futebol
colombiano para jogar no Deportivo Cali, em 2001. No ano passado, voltou a atuar no Brasil pelo
Vitória-BA e foi lembrado pelos
dirigentes do Cruzeiro em 2003.
"Decidimos contratar o Aristizabal porque estávamos montando um time jovem e queríamos um jogador experiente", afirmou
Zezé Perrella, diretor-superintendente de futebol do Cruzeiro.
Ari, como é chamado pelos colegas, reencontra o seu melhor
momento ao mesmo tempo que
Alex, que perdeu uma vaga na seleção brasileira e não foi para a
Copa de 2002. "Nós colocamos o
Alex no peso ideal, cuidamos da
alimentação dele, e ele voltou a
brilhar", comemorou Perrella.
Deivid, isolado na artilharia do
Nacional, é o que fez a melhor
temporada entre os três matadores cruzeirenses em 2002.
O ex-corintiano conquistou o
Rio-São Paulo e a Copa do Brasil,
competição da qual foi o artilheiro. Mesmo assim, a diretoria corintiana preferiu negociá-lo.
Geninho, treinador que acabara
de chegar ao Parque São Jorge,
queria mantê-lo e o advertiu: "Em
Minas Gerais, você vai ter menos
projeção do que em São Paulo,
disputando a Libertadores da
América pelo Corinthians".
Deivid acha que seu ex-treinador estava errado. "Quando você
faz gol e está entre os primeiros do
campeonato, sempre vai ter destaque. Talvez, eu esteja aparecendo mais do que estaria se estivesse
jogando a Libertadores", afirmou
o atacante cruzeirense.
O trio tem um peso maior nas
vitórias do que os principais goleadores do time tiveram no ano
passado. Enquanto Deivid, Alex e
Aristizabal fizeram 100% dos gols,
Fábio Júnior, Marcelo Ramos e o
zagueiro Luizão marcaram 60%
dos tentos no Nacional-2002.
Colaborou Adriano Santos, free-lance para a Folha
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