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OLIMPÍADA
Gigante do marketing esportivo dos EUA rescinde contrato com comitê alegando retração de mercado em 2002
COB vai buscar sozinho dinheiro olímpico
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A IMG (International Management Group), gigante do marketing esportivo dos EUA, pediu rescisão do contrato que havia assinado em setembro de 2001 com
o Comitê Olímpico Brasileiro.
O COB, após reunião de seu
Conselho Executivo, decidiu criar
sua própria empresa de marketing -o modelo já é seguido pelo
Comitê Olímpico Internacional.
A decisão foi tomada após reunião do Conselho Executivo da
entidade, realizada há cerca de
duas semanas, no Rio de Janeiro.
A decisão da IMG, de deixar sua
parceria com o COB, foi tomada,
segundo o comitê brasileiro divulgou ontem, por causa da "retração de mercado" gerada pela "forte desvalorização do real"
ocorrida ao longo de 2002.
A empresa, com sede em Cleveland, mantém contrato com estrelas do esporte mundial, como o
golfista Tiger Woods e as tenistas
Venus e Serena Williams.
Anunciado há dois anos como
um grande passo para a obtenção
de patrocinadores fortes para financiar os esportes olímpicos, as
metas atingidas pela IMG ficaram
bem abaixo das expectativas.
Pelo contrato, a empresa de
marketing esportivo conseguiria
US$ 3 milhões em patrocínios até
junho de 2003. Para 2004, ano dos
Jogos de Atenas, a meta do contrato era de US$ 10 milhões.
Caso não atingisse o primeiro
objetivo, a IMG pagaria a diferença não obtida -a multa poderia
chegar, no máximo, a US$ 1,2 milhão. Para 2004, se houvesse novo
fracasso, o valor seria mais alto: a
diferença não conseguida até o teto de US$ 2,8 milhões.
A partir daí, as partes fariam novos acordos a cada quatro anos.
Assim, o contrato poderia ser
prolongado até os Jogos de 2016.
Com o rompimento do acordo
com o COB, a IMG livrou-se de
pagar a primeira multa. Durante a
vigência do contrato, a empresa
obteve R$ 2,182 milhões em patrocínios para o comitê, um valor
bem abaixo do objetivo proposto.
O maior patrocínio obtido pela
IMG havia sido o contrato com a
Petrobras, firmado em 2002.
Pelo acordo, encerrado em dezembro, a estatal destinou R$ 975
mil à entidade -cerca de US$ 330
mil pelo câmbio atual. Desse total,
R$ 243.750 ficaram com a empresa de marketing, como comissão.
Outro contrato de patrocínio,
firmado com a Coca-Cola em
março, não entra nessa conta.
A empresa de refrigerantes pagará R$ 2,1 milhões em premiação
aos brasileiros que disputarem a
Olimpíada. Outro R$ 1,8 milhão
será destinado ao patrocínio das
equipes permanentes de três esportes: judô, ginástica artística feminina e triatlo. "Esse contrato já
estava sendo negociado pelo COB
antes do acordo com a IMG. Por
isso, não entrou na contabilidade", diz Leonardo Griner, consultor de marketing do comitê.
A IMG e o COB negociam um
acordo financeiro. Apesar de ter
se livrado da multa -o rompimento aconteceu antes do prazo-, a empresa dará uma compensação financeira à entidade.
Procurados pela Folha, Carlos
Arthur Nuzman, presidente do
COB, e José Luis Ferrando, vice-presidente da IMG para a América Latina, não foram localizados.
Nuzman viajou a Lausanne (Suíça) para participar de reunião do
COI e só volta ao país no sábado.
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