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São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2003

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OLIMPÍADA

Gigante do marketing esportivo dos EUA rescinde contrato com comitê alegando retração de mercado em 2002

COB vai buscar sozinho dinheiro olímpico

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A IMG (International Management Group), gigante do marketing esportivo dos EUA, pediu rescisão do contrato que havia assinado em setembro de 2001 com o Comitê Olímpico Brasileiro.
O COB, após reunião de seu Conselho Executivo, decidiu criar sua própria empresa de marketing -o modelo já é seguido pelo Comitê Olímpico Internacional.
A decisão foi tomada após reunião do Conselho Executivo da entidade, realizada há cerca de duas semanas, no Rio de Janeiro.
A decisão da IMG, de deixar sua parceria com o COB, foi tomada, segundo o comitê brasileiro divulgou ontem, por causa da "retração de mercado" gerada pela "forte desvalorização do real" ocorrida ao longo de 2002.
A empresa, com sede em Cleveland, mantém contrato com estrelas do esporte mundial, como o golfista Tiger Woods e as tenistas Venus e Serena Williams.
Anunciado há dois anos como um grande passo para a obtenção de patrocinadores fortes para financiar os esportes olímpicos, as metas atingidas pela IMG ficaram bem abaixo das expectativas.
Pelo contrato, a empresa de marketing esportivo conseguiria US$ 3 milhões em patrocínios até junho de 2003. Para 2004, ano dos Jogos de Atenas, a meta do contrato era de US$ 10 milhões.
Caso não atingisse o primeiro objetivo, a IMG pagaria a diferença não obtida -a multa poderia chegar, no máximo, a US$ 1,2 milhão. Para 2004, se houvesse novo fracasso, o valor seria mais alto: a diferença não conseguida até o teto de US$ 2,8 milhões.
A partir daí, as partes fariam novos acordos a cada quatro anos. Assim, o contrato poderia ser prolongado até os Jogos de 2016.
Com o rompimento do acordo com o COB, a IMG livrou-se de pagar a primeira multa. Durante a vigência do contrato, a empresa obteve R$ 2,182 milhões em patrocínios para o comitê, um valor bem abaixo do objetivo proposto.
O maior patrocínio obtido pela IMG havia sido o contrato com a Petrobras, firmado em 2002.
Pelo acordo, encerrado em dezembro, a estatal destinou R$ 975 mil à entidade -cerca de US$ 330 mil pelo câmbio atual. Desse total, R$ 243.750 ficaram com a empresa de marketing, como comissão.
Outro contrato de patrocínio, firmado com a Coca-Cola em março, não entra nessa conta.
A empresa de refrigerantes pagará R$ 2,1 milhões em premiação aos brasileiros que disputarem a Olimpíada. Outro R$ 1,8 milhão será destinado ao patrocínio das equipes permanentes de três esportes: judô, ginástica artística feminina e triatlo. "Esse contrato já estava sendo negociado pelo COB antes do acordo com a IMG. Por isso, não entrou na contabilidade", diz Leonardo Griner, consultor de marketing do comitê.
A IMG e o COB negociam um acordo financeiro. Apesar de ter se livrado da multa -o rompimento aconteceu antes do prazo-, a empresa dará uma compensação financeira à entidade.
Procurados pela Folha, Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, e José Luis Ferrando, vice-presidente da IMG para a América Latina, não foram localizados. Nuzman viajou a Lausanne (Suíça) para participar de reunião do COI e só volta ao país no sábado.


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