São Paulo, sexta-feira, 06 de maio de 2011

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Cresce a cobiça por direitos do esporte

F-1
Respaldadas por empresas interessadas na compra da categoria, equipes fazem lobby por mais dinheiro


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A ISTAMBUL

Com a F-1 de volta à Europa -Istambul fica bem na divisa entre o continente europeu e o asiático-, e o Mundial distante da decisão, o GP da Turquia, domingo, é o início de um período importante para o futuro da categoria.
Com a aproximação da data-limite para a elaboração de um novo Pacto de Concórdia, o acordo que rege comercialmente a F-1 e que vence no final de 2012, o tema começa a ganhar o paddock.
Há algumas semanas, a imprensa inglesa passou a noticiar que a News Corporation, gigante de mídia do australiano naturalizado americano Rupert Murdoch, estaria interessada na F-1.
Apesar de Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comercias da categoria, ter se apressado em negar que sua "galinha dos ovos de ouro" estivesse à venda, na última terça o grupo confirmou, em comunicado, seu interesse.
Mas a grande novidade foi o fato de a News Corporation dizer que estuda uma possível aquisição da F-1 em parceria com a Exor, holding da poderosa família Agnelli, dona de 30% da Fiat e, consequentemente, da Ferrari.
Não por coincidência, Stefano Domenicali, chefe ferrarista, disse recentemente em entrevista que os times não estão satisfeitos com os rumos da categoria. "Se agora está tudo muito quieto é porque logo alguma coisa vai acontecer", falou o dirigente.
"O mais importante neste momento de mudanças é que tenhamos uma boa mistura entre times bancados por montadoras e times independentes. E que a categoria seja uma plataforma para todos. Precisamos ter a possibilidade de aumentar nossa receita e nos comunicarmos com o público jovem", afirmou.
"A F-1 tem de falar a língua desta nova geração e usar a tecnologia deles, seja na internet, em tablets ou nas redes sociais", completou.
Não é preciso muito para perceber que tanto o interesse da News Corp e da Exon como as declarações de Domenicali fazem parte de uma estratégia para pressionar Ecclestone por mais dinheiro no momento da assinatura de um novo Pacto de Concórdia, como já deixou claro Luca di Montezemolo, presidente da escuderia italiana.
Recentemente, ele disse não fazer sentido a CVC, atual dona da F-1, receber metade do lucro da categoria (o restante é dos times) e não investir mais no esporte.
Há dois anos, na última renovação do pacto, Domenicali liderou a Fota, a associação dos times, na criação de uma categoria paralela para pressionar por mais dinheiro. A reivindicação deu certo, e a categoria ficou no papel.
Mas já há quem diga que ela deve voltar com força nos próximos meses novamente como moeda de negociação.


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