São Paulo, quarta, 6 de maio de 1998 |
Próximo Texto | Índice Zagallo muda tudo a um mês da Copa
Giovanni, fora da seleção há um
ano, volta titular ao lado de Rivaldo
SÉRGIO RANGEL da Sucursal do Rio Após quase quatro anos de trabalho e mais de 110 atletas chamados, o técnico Mario Jorge Zagallo alterou ontem, a quase um mês da estréia na competição, a espinha dorsal da seleção que vai disputar a Copa do Mundo na França. O anúncio da lista dos 22 jogadores revelou que Zagallo recuou não só no grupo de jogadores que pretendia levar ao Mundial como também na estrutura tática. Sem alguns jogadores, a seleção começa a treinar para a Copa, na próxima terça-feira, na Granja Comary, em Teresópolis. No dia 21, a delegação viaja para a França, onde se encontrará com o resto do grupo confirmado ontem. A principal surpresa foi a convocação do meia-atacante Giovanni, do Barcelona, e sua escalação no time que enfrentará a Escócia, dia 10 de junho, na abertura da Copa. Giovanni não era convocado desde a Copa América, em junho de 1997, e estava praticamente fora dos planos de Zagallo. Em contrapartida, Raí, do Paris Saint-Germain, e Juninho, do Atlético de Madrid, que atuaram pela seleção neste ano, foram deixados de lado. A escolha de Giovanni foi definida numa reunião, anteontem, entre a comissão técnica e o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, que deu a palavra final. Juninho era o preferido de Zagallo para a vaga. Na semana passada, o treinador disse que o jogador só ficaria de fora da Copa por um problema clínico. No domingo, recuperado de cirurgia, Juninho jogou contra o Mallorca, pelo Campeonato Espanhol, e teve sua atuação aprovada pelo médico da seleção, Lídio Toledo, que viu a partida no local. Toledo não participou da cerimônia, ontem no Rio. Além da convocação de Giovanni, Zagallo foi obrigado a recuar em relação ao esquema tático. Defensor do uso de um número "1" (jogador de ligação entre o meio-campo e o ataque), o treinador negou-se a falar sobre o titular da posição. "Agora, vou tentar usar dois na função. O Rivaldo pela esquerda e o Giovanni pela direita. Mas o número "1' continua em campo", disse o treinador. A mudança tática, embora enrustida, ocorre devido à opinião do coordenador-técnico Zico, opositor declarado dessa função. Outra contradição de Zagallo foi o afastamento do meia Denílson, do São Paulo, titular havia mais de um ano e apontado pela comissão técnica como o jogador que iria desequilibrar na competição. Agora, será reserva de Rivaldo. Zagallo afirmou que optou por Giovanni e Rivaldo para aproveitar o entrosamento entre eles, uma vez que atuam no mesmo clube. Mas, na seleção, os dois só atuaram juntos uma única vez, em dezembro de 1995, num empate contra a Colômbia (1 x 1), em Manaus. A convocação do zagueiro Márcio Santos, fora da seleção desde o amistoso contra a Noruega, em maio do ano passado, também foi uma surpresa. Ele entrou no lugar de Cléber, do Palmeiras, presente na seleção desde o início do ano. Santos foi campeão nos EUA, em 94. Apesar de Zagallo dizer que a derrota para a Argentina (0 x 1, na semana passada, no Rio) não influiu na lista, Cléber, Raí e o volante Zé Elias, da Internazionale de Milão, que atuaram mal, acabaram barrados. Alegando que queria evitar mais polêmicas, Zagallo quebrou outra tradição sua ao antecipar o time que vai enfrentar a Escócia, em Saint-Denis: Taffarel; Cafu, Júnior Baiano, Aldair e Roberto Carlos; Dunga, César Sampaio, Giovanni e Rivaldo; Romário e Ronaldinho. Próximo Texto | Índice |
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