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TOSTÃO
Treino inútil, depois reclamam ...
Ontem pela manhã, fui
ao treino com a esperança de ver a seleção
simulando as situações de jogo e de corrigir as várias deficiências técnicas e táticas.
Assisti novamente um treino
inútil de dois toques associado
ao "bobinho", com os jogadores fora de posição num pequeno campo. Depois, se perder, o técnico vai reclamar da
falta de tempo.
Encontrei no treino com Rivelino, comentarista da
Sportv. Riva, como eu, acha
que o Roque Júnior jogou bem
contra a Turquia, ao contrário do que diz a maioria. Concordamos também que Edmilson e Lúcio foram péssimos.
Não entendo por que o Edmilson é titular, já que o Anderson Polga atuou bem nos
amistosos.
Antes da Copa, Roque Júnior foi rotulado pela maioria
da imprensa e dos torcedores
como o péssimo dos péssimos.
Mesmo quando atua bem,
dizem que jogou mal... No
Brasil é assim: as pessoas são
carimbadas como boas ou
más, honestas ou desonestas,
burras ou inteligentes e nunca
mais perdem a fama, independentemente do que fizerem para frente.
Roque Júnior é um zagueiro
comum, fraco para atuar na
seleção, mas deveria ser elogiado quando sai da rotina.
Nessa Copa,a imprensa brasileira nunca esteve tão perto e
tão distante da seleção.
Perto, porque pela primeira
vez os jornalistas estão hospedados no mesmo hotel da seleção. Há horários para entrevistas, mas os jogadores e a comissão técnica passam pelos
corredores e acabam falando
alguma coisa, mesmo não dizendo nada.
Distante, porque parte da
imprensa perdeu a liberdade
de informar e opinar. Felipão
aproximou-se muito dos repórteres e criou laços afetivos.
Nas coletivas fala o que quer e
não é questionado.
Prefiro a distância e o respeito, para ter independência
e não ter constrangimento em
criticar ou elogiar.
Repartir o bolo
A Coréia do Sul teve um rápido desenvolvimento tecnológico e social.
Está na 27ª posição no IDH
(Índice de Desenvolvimento
Humano) da ONU. O Brasil
ocupa o 69º lugar. A mortalidade infantil na Coréia do Sul
é de 7,1 por 1.000, próxima dos
países mais ricos. No Brasil, é
de 29 por 1.000.
Nota-se ainda um preocupação dos coreanos em humanizar o país. Belíssimos canteiros
de flores espalham-se por todas as cidades.
A riqueza gerada pela produção foi investida em obras
públicas.
O bolo cresceu e foi distribuído entre a população.
No Brasil, a elite econômica
gananciosa comeu todo o bolo,
até se empanturrar.
tostão.folha@uol.com.br
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