São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998

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Comentários de espiões adversários irritam Zagallo

dos enviados a Ozoir-la-Ferrière

Os comentários dos espiões da Escócia e da Noruega sobre a seleção brasileira irritaram Zagallo.
"Tanto faz o que os dois estejam dizendo. Eles que façam o trabalho deles que eu faço o meu", desabafou o técnico, referindo-se às críticas à atuação do Brasil contra Andorra, feitas pelos observadores do primeiro e do terceiro adversário da equipe na Copa.
Na quarta-feira, Brian Altman, espião da Escócia, afirmou que os brasileiros têm dificuldade para sair de uma marcação mais forte. Yan Rejkaard, observador norueguês, achou que a equipe de Zagallo está sem padrão de jogo.
"Se eu tivesse alguma preocupação com o que eles estão pensando do Brasil, teria proibido a entrada deles", avisou, esquecendo-se de que o amistoso contra Andorra foi aberto ao público.
Mais tarde, quando tomou conhecimento do que os espiões acharam do Brasil, voltou a mostrar irritação. "O cara falou isso? Então viva Marrocos!", disse, ao achar que o espião marroquino tivesse sido o autor da crítica.
"Continuo achando que pode dar uma zebra. Só que a zebra é verde e amarela", ironizou.
Para Zagallo, os comentários dos observadores estrangeiros tiveram a intenção de abalar o moral da seleção. "Mas eu não entro nessa de jeito nenhum. Não estou nem aí para eles, são eles que morrem de medo da gente."
Mas não foram só os espiões estrangeiros que irritaram o técnico. Jornalistas argentinos, presentes ao treino do Brasil, ontem pela manhã, também o aborreceram.
Quando indagado sobre as más atuações da seleção em 1998, em especial quando da derrota para a Argentina, em 29 de abril, Zagallo explodiu. "E quando nós ganhamos da Argentina em Buenos Aires (em novembro de 1995), vocês não falam nada? Vocês ganharam no Brasil e nós ganhamos na Argentina. Estamos empatados."
Zagallo acha que está havendo uma supervalorização dos amistosos. "Não perdemos nenhum jogo importante. Quando valia alguma coisa, ganhamos a Copa América (na Bolívia) e a Copa das Confederações (na Arábia)."
Para ele, na Copa a história será outra. "É só começar o Mundial que a gente entra em outro ritmo, o ritmo da vitória e do sucesso."



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