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TÊNIS
A ex-número um enfrenta Arantxa Sanchez em busca de seu 4º título no Aberto da França e o 9º de Grand Slam
Monica Seles faz jogo da volta ao topo
FERNANDA PAPA
da Reportagem Local
Monica Seles e Arantxa Sanchez-Vicario reeditam hoje, em
Roland Garros, Paris, a final de
1991 do Aberto da França.
A espanhola Arantxa, 26, tem a
experiência de 11 anos e 5 finais no
torneio. A sérvia naturalizada norte-americana Seles, busca a superação de traumas como a recente
morte de seu pai e técnico Karolj
Seles e a facada que levou em 93
-responsável por ter deixado de
jogar em Paris por três anos.
Há exatas duas semanas, Seles
24, pisava novamente no saibro
mais famoso do mundo, onde
vencera o aberto francês, não só
contra Arantxa, em 91, mas nos
anos anterior e seguinte.
Em 98, entretanto, a tenista não
tinha certeza de que deveria estar
ali. Também afirmou não ter sonhado com a possibilidade de disputar o título, quando as circunstâncias, mais uma vez, não lhe
permitiam pensar somente em jogar e vencer torneios de tênis.
Nove dias antes de chegar a Roland Garros, em 14 de maio, seu
pai e técnico Karolj Seles morria
de câncer, nos EUA.
"Na verdade, eu nunca decidi
se queria vir jogar aqui ou não.
Não sabia e ainda não sei se estou
pronta emocionalmente e bem para jogar tênis, vamos ver no que
vai dar", disse Seles, em lágrimas,
após a primeira vitória no evento.
Depois de seis partidas, em que
perdeu apenas dois sets, Seles alcançou a final do evento, com vitórias sobre Martina Hingis, 17, líder do ranking, e Jana Novotna,
29, a terceira da classificação. Seles
é a oitava e, a partir de segunda-feira, será a quinta do mundo.
Se ela está pronta para o título
agora? "Vou para a quadra jogar o melhor tênis que puder",
afirmou a tenista, dando-se conta
de que, quando jogava o seu melhor tênis, era a quase imbatível
número um do mundo.
"Acho que a Monica real,
aquela que estava no topo do ranking, nunca foi embora", disse Seles, sem saber responder se é exagero afirmar que a "Monica
real" está de volta.
"Não sou um computador,
não pude me desligar de certos assuntos e passar quatro horas diárias treinando com todo entusiasmo. Quando fiz isso, fui a melhor.
A Martina (Hingis) faz isso e é a
número um", continuou a tenista.
"É preciso saber priorizar as
coisas e, nos últimos cinco anos,
não pude priorizar o tênis. Espero
que agora, e nos próximos cinco
anos, nada ocorra fora do meu
controle. Quero me concentrar de
novo na carreira e dar os melhores
tiros que ainda me restam".
Fenômeno
Monica Seles começou a jogar
tênis aos seis anos, na Iugoslávia,
contra a parede do prédio em que
morava. Aos 12, já treinava na academia de Nick Bolletieri, nos EUA.
A tenista estreou como profissional em 89 e, em 91 já liderava o
ranking mundial. Continuou no
posto em 92 e 93, quando foi afastada do circuito por causa da facada que sofreu em 30 de abril, durante o Torneio de Hamburgo.
Em 15 de agosto de 95, ela voltava ao circuito, dividindo a posição
de número 1 com Steffi Graf. Em
96, conquistou seu oitavo título do
Grand Slam, na Austrália. Hoje,
Seles é apontada como favorita na
tentativa de levar o nono.
NA TV - Manchete, ao vivo, a
partir das 10h
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