São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998

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Raiva e antipatia motivam a equipe

do enviado a Berlim

As jogadoras da seleção brasileira pretendem enfrentar com "raiva", dentro da quadra, a antipatia das norte-americanas fora dela.
"Elas não olham na nossa cara no corredor", afirmou Paula sobre as adversárias de hoje, que estão hospedadas no mesmo hotel do Brasil. "São antipáticas. Para elas, a gente não existe."
"Acham que o Brasil é um timinho qualquer", acrescentou a ala-pivô Leila. "Mas verão em quadra que é diferente."
Paula disse que a equipe deve ter hoje algo que faltou na derrota na final nos Jogos de Atlanta. "Faltou raiva."
Ela lembrou que naquele jogo havia um clima de revanche por parte dos EUA, causado pela derrota na semifinal do Mundial de 94. "Agora nós é que temos que criar esse clima."
"Tem mesmo que entrar com raiva, não adianta entrar como mocinhas", concordou Leila.
Ela ressaltou a importância de tentar levar vantagem no contato físico. "Os EUA não jogam pesado. Jogam sujo. Dão cotovelada na boca, empurram no rebote."
"Como não sei jogar sujo, levarei porrada e farei um teatro. Vou gritar até o juiz ver que estou apanhando", acrescentou.
Para o técnico Antonio Carlos Barbosa, a rivalidade entre as equipes "motiva" o grupo. "Mas tem que usar a raiva de forma que o ódio esteja dentro do coração. Por fora, é preciso ter frieza."
A pivô Alessandra e a ala Janeth preferiram falar sobre o aspecto técnico, no qual acreditam que as equipes são iguais.
"Elas não são nenhum bicho de sete cabeças, nenhum "Dream Team' (time dos sonhos). "Dream Team' é só no masculino", declarou Alessandra.
Janeth afirmou que o Brasil não pode respeitar demais o rival. "Não é uma equipe imbatível. Temos que jogar de igual para igual." Respeito também existe do lado dos EUA, de acordo com suas jogadoras. "O Brasil está sem a Marta, mas tem Leila e Alessandra. Está sem Hortência, mas tem Paula", disse a ala Nikki McCray.
"Não somos favoritas. O Brasil é o campeão mundial", disse a armadora Dawn Staley.
Elas negaram problemas no relacionamento fora das quadras com as brasileiras.



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