|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Migração reforça times da Série A-2
PAULO FERRARI VIARTI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
das Regionais
O Paulista deste ano já terminou
para os clubes do interior que fazem parte da Série A-1, mas não
para boa parte dos atletas que jogaram a primeira divisão estadual.
Com o desmanche promovido
pelas diretorias e beneficiados pelo
regulamento do campeonato, os
atletas que atuaram na Série A-1
"migraram" para a segunda divisão, que já está em sua reta final,
faltando duas rodadas para o fim
da primeira fase.
De acordo com o regulamento,
os clubes da A-2 (segunda divisão)
tinham até ontem para inscrever
novos jogadores. Eles não perderam a chance. Pelo menos 34 profissionais que participaram da Série A-1 foram inscritos.
Atletas que estavam na Matonense, Rio Branco, Inter, Mogi Mirim, Guarani e Barbarense passaram a engrossar as fileiras de Etti/
Jundiaí, São Caetano, Botafogo,
Ponte Preta, Comercial e outros
clubes da "segundona".
Alguns emprestados, outros definitivamente negociados.
Como grande parte dos clubes
do interior não deve disputar a Série C do Brasileiro, no segundo semestre, a reta final da Série A-2 poderá ser a última chance de trabalho para grande parte desses profissionais neste ano.
"Os campeonatos são mal distribuídos, pois temos muitos jogos
no primeiro semestre e apenas o
Brasileiro no segundo semestre. Se
eu não acertasse com o Botafogo,
estaria no Atlético Mineiro. Mas
muitos jogadores ficarão desempregados no segundo semestre",
afirmou o lateral Cleomir, que disputou o Paulista da Série A-1 pelo
União Barbarense.
Em Ribeirão Preto, a dupla "Come-Fogo" (Comercial e Botafogo)
contratou 14 jogadores que disputaram a primeira divisão. O Comercial assinou contrato com sete
atletas para escapar do torneio que
vai definir os rebaixados (leia texto nesta página). Já o Botafogo,
classificado às semifinais do Paulista da Série A-2 e com vaga garantida na Série A do Brasileiro, também contratou sete jogadores.
Na região de Campinas, o Guarani emprestou o artilheiro Gílson
Batata, destaque do time neste
ano, para a vizinha Jundiaí, onde o
Etti, também classificado às semifinais, investe para subir para A-1.
Do elenco da Inter de Limeira
que disputou a primeira divisão,
nada menos que quatro jogadores
foram para o XV de Piracicaba.
A Ponte Preta foi buscar Ranielli
na Portuguesa Santista para tentar
voltar à "elite" paulista.
Para os dirigentes, a prática é
motivada pelo calendário do futebol no Brasil. "Isso acontece porque não temos um calendário
bom. Muitas equipes eliminadas
na Série A-1 só voltarão a participar de jogos oficiais no próximo
ano", diz o presidente do Botafogo, Ricardo Christiano Ribeiro.
A mesma opinião tem o supervisor do Rio Branco, de Americana,
Juraci Catarino. "Se tivéssemos
um calendário unificado, teríamos
possibilidades de manter o atleta
por toda a temporada."
Segundo o dirigente, o Rio Branco ainda não sabe o que fará no segundo semestre. "Nossa intenção é
disputar a Série C do Brasileiro,
mas não temos definição. Por isso,
os jogadores acabam negociando
com outros clubes, pois eles precisam trabalhar", disse Catarino.
Somente os jogadores que se destacaram na Série A-1 devem se
transferir para os clubes que vão
disputar a primeira divisão do
Campeonato Brasileiro.
Para os jogadores, a falta de estrutura e de um calendário mais
bem planejado são as justificativas
para a grande "migração" da primeira para a segunda divisão.
O goleiro Anselmo deixou o Mogi Mirim, que só voltará a jogar em
agosto, para defender o Botafogo.
Ao lado da Ponte Preta, o Botafogo tem sido o time que mais atrai
os jogadores após o fim da Série A-1 para os clubes do interior.
O motivo é simples: os dois clubes estão este ano na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
"A possibilidade de disputar o
Brasileiro da Série A motiva qualquer jogador e esse era meu objetivo este ano", disse o Anselmo, que
participou do Campeonato Nacional de 97 pelo Coritiba.
O atacante Lúcio defendeu o
União São João, de Araras, no
Campeonato Paulista, e agora foi
contratado pelo Comercial, mas
poderá ficar sem atividade daqui a
duas semanas, quando deve terminar a participação de seu time na
Série A-2.
"Os campeonatos são rápidos, e
o calendário mal elaborado, mas
espero que logo apareça algum time interessado em me contratar",
afirmou o atacante.
Colaborou
Luciano Calafiori, da Folha Campinas
Texto Anterior: Restrição não é contestada pelos atletas da equipe Próximo Texto: Rodada da 2ª divisão define apenas rebaixamento Índice
|