São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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VÔLEI
Orçamento apertado das equipes leva quatro titulares da seleção a tentar o exterior para não ganharem menos
Sem clubes, estrelas preparam diáspora

JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local

Sete anos após o mais importante feito de sua história -o ouro em Barcelona-92-, o vôlei brasileiro pode sofrer a segunda diáspora de seus principais jogadores.
Quatro dos seis titulares hoje da seleção tentam transferência para a Itália ou o Japão. São eles: os atacantes Nalbert, 25, Giba, 23, e Max, 29, e o levantador Maurício, 31.
Mas se deixarem o país, será em posição muito menos cômoda que a chamada ""geração de ouro".
Entre 92 e 94, cinco membros do sexteto campeão olímpico atuaram na Itália. Os pioneiros Carlão, no Maxicono/Parma, e Giovane, no Ravena, em 92. Na sequência, partiram Maurício, para o Modena, Marcelo Negrão, para o Treviso, e Tande, para o Milan. Faturaram, em média,US$ 500 mil/ano.
Os quatro que agora buscam o mercado externo não têm clubes no Brasil: com o corte de 50% de seu orçamento (que era de R$ 3 milhões em 98), o Report dispensou Max, Giba e Maurício. Só Maurício lhe custava R$ 290 mil/ano.
O Olympikus achatou em 30% seus gastos com folha de pagamento -o orçamento do time na última temporada era de R$ 3,5 milhões. Nem entrou no ""leilão" por Nalbert, que recebia R$ 300 mil.
""Para ficar, vão ter que aceitar ganhar menos", diz Joca Zappoli, diretor da Olympikus.
Nalbert, capitão da seleção, é desses o único com proposta por escrito de um time: deve fechar com o Maceratta por US$ 250 mil/ ano (R$ 440 mil), mais benefícios como carro, bilhetes aéreos e casa.
Giba teve uma proposta do Palermo. Max está sendo oferecido para clubes do Japão. E Maurício disputa com outro brasileiro, Marcelo Elgarten, a vaga no Cuneo. A evasão pode aumentar se Gustavo, eleito melhor bloqueador do mundo, não renovar com o Banespa - já está sendo oferecido por seu procurador a clubes italianos.
""Para mim, seria bom jogar na Itália. É um campeonato forte, e eu acabo trazendo experiência para a seleção", diz Nalbert.
""O mundo todo quer jogar na Itália. Os brasileiros são bons, mas não têm o mesmo cartaz que em 92", comenta Montanaro, gerente do Banespa, fazendo menção à situação de Marcelo Negrão.
Segundo a imprensa italiana, ele pode perder seu lugar no Piaggio/ Roma para o russo Fomin.




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