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VÔLEI
Orçamento apertado das equipes leva quatro titulares da seleção a tentar o exterior para não ganharem menos
Sem clubes, estrelas preparam diáspora
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
Sete anos após o mais importante
feito de sua história -o ouro em
Barcelona-92-, o vôlei brasileiro
pode sofrer a segunda diáspora de
seus principais jogadores.
Quatro dos seis titulares hoje da
seleção tentam transferência para
a Itália ou o Japão. São eles: os atacantes Nalbert, 25, Giba, 23, e Max,
29, e o levantador Maurício, 31.
Mas se deixarem o país, será em
posição muito menos cômoda que
a chamada ""geração de ouro".
Entre 92 e 94, cinco membros do
sexteto campeão olímpico atuaram na Itália. Os pioneiros Carlão,
no Maxicono/Parma, e Giovane,
no Ravena, em 92. Na sequência,
partiram Maurício, para o Modena, Marcelo Negrão, para o Treviso, e Tande, para o Milan. Faturaram, em média,US$ 500 mil/ano.
Os quatro que agora buscam o
mercado externo não têm clubes
no Brasil: com o corte de 50% de
seu orçamento (que era de R$ 3
milhões em 98), o Report dispensou Max, Giba e Maurício. Só Maurício lhe custava R$ 290 mil/ano.
O Olympikus achatou em 30%
seus gastos com folha de pagamento -o orçamento do time na última temporada era de R$ 3,5 milhões. Nem entrou no ""leilão" por
Nalbert, que recebia R$ 300 mil.
""Para ficar, vão ter que aceitar
ganhar menos", diz Joca Zappoli,
diretor da Olympikus.
Nalbert, capitão da seleção, é
desses o único com proposta por
escrito de um time: deve fechar
com o Maceratta por US$ 250 mil/
ano (R$ 440 mil), mais benefícios
como carro, bilhetes aéreos e casa.
Giba teve uma proposta do Palermo. Max está sendo oferecido
para clubes do Japão. E Maurício
disputa com outro brasileiro, Marcelo Elgarten, a vaga no Cuneo. A
evasão pode aumentar se Gustavo,
eleito melhor bloqueador do mundo, não renovar com o Banespa -
já está sendo oferecido por seu
procurador a clubes italianos.
""Para mim, seria bom jogar na
Itália. É um campeonato forte, e eu
acabo trazendo experiência para a
seleção", diz Nalbert.
""O mundo todo quer jogar na
Itália. Os brasileiros são bons, mas
não têm o mesmo cartaz que em
92", comenta Montanaro, gerente
do Banespa, fazendo menção à situação de Marcelo Negrão.
Segundo a imprensa italiana, ele
pode perder seu lugar no Piaggio/
Roma para o russo Fomin.
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