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AUTOMOBILISMO
Com dívida de US$ 12 milhões, equipe do brasileiro Enrique Bernoldi pode ser a 2ª da F-1 a falir no ano
Em crise, Arrows não treina na Inglaterra
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SILVERSTONE
Menos de seis meses após a quebra da Prost Grand Prix, a F-1 volta a temer a falência de uma de
suas equipes. A bola da vez é a Arrows, da dupla Enrique Bernoldi e
Heinz-Harald Frentzen.
O time não participou ontem
dos primeiros treinos livres para o
GP da Inglaterra. E, por pouco,
não ficou de fora da sessão oficial,
hoje, às 9h (de Brasília), com TV.
"Não posso falar com a imprensa", afirmou ontem Bernoldi, que
passou o dia de macacão, mas não
viu seu carro funcionar.
Nem poderia. Devido a uma dívida de US$ 12 milhões com a
Cosworth, sua fornecedora de
motores, a Arrows não recebeu as
centralinas, centrais eletrônicas
que gerenciam e operam os V10.
Os equipamentos só foram entregues no final da tarde, após o
pagamento de 60% da dívida. Hoje, Tom Walkinshaw, dono da Arrows, deve esclarecer o caso.
Há outros fatos, porém, que tornam a situação periclitante.
Jos Verstappen, piloto dispensado pela equipe no começo deste
ano, está próximo de ganhar uma
ação de US$ 3,8 milhões.
Para piorar, a Justiça inglesa impediu a venda da estrutura do time para o grupo austríaco que fabrica o energético Red Bull.
As declarações do juiz que recebeu o caso foram incisivas. E tiveram Walkinshaw como alvo.
"Os procedimentos da equipe
só podem ser descritos como impróprios e desonestos", escreveu
Gavin Lightman, da Alta Corte,
em sua sentença de 17 páginas.
Uma das equipes mais tradicionais da F-1, a Arrows está na categoria desde 1978. Nesse período,
disputou 380 GPs, conseguindo
um recorde histórico (e negativo):
nunca venceu uma prova.
Caso o time feche as portas, a F-1 chegará à próxima prova com
apenas dez equipes, situação que
não acontece desde 1996, quando
a Forti Corse quebrou -coincidentemente, após o GP inglês.
E tudo indica que a F-1 começará 2003 com os mesmos dez times. Desde 1969 a categoria não
tem um início de Mundial com
tão poucos participantes.
Além da Arrows, outras equipes
vivem situações complicadas. A
justificativa é quase sempre a
mesma: a dificuldade em captar
patrocinadores com a retração da
economia após os atentados terroristas do dia 11 de setembro.
Paul Stoddart, dono da Minardi, já afirmou que transfere sua
equipe para qualquer grupo disposto a arcar com as dívidas estimadas em US$ 28 milhões.
Outras escuderias médias da categoria, como a Jordan e a BAR,
também enfrentam dificuldades.
Os dois times ingleses já tiveram
que cortar seu quadro de funcionários nesta temporada.
NA TV - Treino oficial para o
GP da Inglaterra, na Globo,
ao vivo, às 9h
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