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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Desafio olímpico uniu São Paulo

MARTA SUPLICY

A brigar uma Olimpíada exige infra-estrutura e muito, mas muito profissionalismo. Um espetáculo gigantesco requer confiança na proposta para as instalações esportivas, para acomodação e transporte. Estará em jogo a segurança de 41 eventos em 28 modalidades. São 10 mil atletas e 6 mil técnicos, 23 mil pessoas da mídia, 50 mil voluntários e meio milhão de visitantes.
Enfrentaremos megalópoles como Nova York, Londres e Paris. Mais que esportivo e tecnológico, é desafio urbano e logístico, que requer planejamento confiável.
A quarta cidade do planeta tem a dimensão urbana e estrutural exigida pelo COI. São Paulo é cosmopolita, medula econômica, tecnológica e de serviços do país. Concentra 13% do PIB.
Somos celeiro de atletas. A FIA considera Interlagos um dos mais modernos autódromos da F-1. Temos experiência em eventos internacionais e a maior rede de hospedagem do país. São mais de 47 mil apartamentos, 10 mil a mais que o exigido pelo COI. Temos tráfego aéreo internacional, e nossa PM assessorou a polícia japonesa na Copa-2002. A rede de metrô tem ISO 9001 de qualidade, o segundo concedido no mundo.
Principalmente, São Paulo tem um projeto arrojado. A cidade inova ao concentrar as instalações olímpicas na malha urbana do centro expandido, diferentemente dos usuais parques isolados.
O corredor olímpico conta com infra-estrutura concentrada e já existente em 25 das 36 instalações esportivas propostas. São cinco núcleos de instalações, distantes em média cinco quilômetros, com planejamento de transporte rápido. Diferente do projeto do Rio, em nove locais e com distância média de 15 quilômetros.
A cidade não tem só o dobro das acomodações do Rio, como as tem nas proximidades dos cinco núcleos. Há hotel até no Parque Anhembi, sede da mídia. O projeto prevê a ampliação do aeroporto de Guarulhos, do metrô e da estrutura para ônibus e estacionamentos. Haverá a despoluição de rios e represas, a conclusão do Rodoanel e a instalação de trem para Cumbica. Um novo estádio e ginásios olímpicos serão erguidos.
Só a união entre o município e o Estado torna isso possível. Somente uma união desse porte consegue hoje dar suporte a uma candidatura brasileira.
Não importa que a previsão de investimento seja grande ou pequena. Desde que o projeto seja confiável e o custeio das obras esteja garantido pelas instâncias que pleiteiam, pelos parceiros privados e pelo aporte internacional, com os benefícios que ficarão para a população. Isso está configurado, pelo grau de compromisso, mobilização, profissionalismo e parceria que a cidade e o Estado de São Paulo têm promovido.


Marta Suplicy (PT) é prefeita de São Paulo


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