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Desafio olímpico uniu São Paulo
MARTA SUPLICY
A brigar uma Olimpíada exige infra-estrutura e muito,
mas muito profissionalismo. Um
espetáculo gigantesco requer confiança na proposta para as instalações esportivas, para acomodação
e transporte. Estará em jogo a segurança de 41 eventos em 28 modalidades. São 10 mil atletas e 6
mil técnicos, 23 mil pessoas da
mídia, 50 mil voluntários e meio
milhão de visitantes.
Enfrentaremos megalópoles como Nova York, Londres e Paris.
Mais que esportivo e tecnológico,
é desafio urbano e logístico, que
requer planejamento confiável.
A quarta cidade do planeta tem
a dimensão urbana e estrutural
exigida pelo COI. São Paulo é cosmopolita, medula econômica,
tecnológica e de serviços do país.
Concentra 13% do PIB.
Somos celeiro de atletas. A FIA
considera Interlagos um dos mais
modernos autódromos da F-1.
Temos experiência em eventos
internacionais e a maior rede de
hospedagem do país. São mais de
47 mil apartamentos, 10 mil a
mais que o exigido pelo COI. Temos tráfego aéreo internacional, e
nossa PM assessorou a polícia japonesa na Copa-2002. A rede de
metrô tem ISO 9001 de qualidade,
o segundo concedido no mundo.
Principalmente, São Paulo tem
um projeto arrojado. A cidade
inova ao concentrar as instalações
olímpicas na malha urbana do
centro expandido, diferentemente dos usuais parques isolados.
O corredor olímpico conta com
infra-estrutura concentrada e já
existente em 25 das 36 instalações
esportivas propostas. São cinco
núcleos de instalações, distantes
em média cinco quilômetros,
com planejamento de transporte
rápido. Diferente do projeto do
Rio, em nove locais e com distância média de 15 quilômetros.
A cidade não tem só o dobro das
acomodações do Rio, como as
tem nas proximidades dos cinco
núcleos. Há hotel até no Parque
Anhembi, sede da mídia. O projeto prevê a ampliação do aeroporto de Guarulhos, do metrô e da estrutura para ônibus e estacionamentos. Haverá a despoluição de
rios e represas, a conclusão do Rodoanel e a instalação de trem para
Cumbica. Um novo estádio e ginásios olímpicos serão erguidos.
Só a união entre o município e o
Estado torna isso possível. Somente uma união desse porte
consegue hoje dar suporte a uma
candidatura brasileira.
Não importa que a previsão de
investimento seja grande ou pequena. Desde que o projeto seja
confiável e o custeio das obras esteja garantido pelas instâncias
que pleiteiam, pelos parceiros privados e pelo aporte internacional,
com os benefícios que ficarão para a população. Isso está configurado, pelo grau de compromisso,
mobilização, profissionalismo e
parceria que a cidade e o Estado
de São Paulo têm promovido.
Marta Suplicy (PT) é
prefeita de São Paulo
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