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FUTEBOL
Na chegada a Madri, craque mobiliza 2 bilhões em frente à TV
Xixi de Beckham vale US$ 414 mil
TATIANA CUNHA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Nem Pelé, Maradona, Zidane ou
Ronaldo. Nunca houve na história do futebol mundial um fenômeno como David Beckham. Não
dentro de campo. Fora dele.
Os adjetivos para descrever o
pop star inglês são inúmeros: bonito, bem-sucedido, rico, educado, cheiroso, descolado etc. Mas
nenhum deles o caracteriza tão
bem como um: marqueteiro.
Sua apresentação no Real Madrid, na semana passada, foi o
melhor exemplo do furacão Beckham. Beirou o inacreditável.
As 28 horas que o astro passou
na capital espanhola com a mulher, Victoria, e o filho mais velho,
Brooklyn, foram monitoradas
minuto a minuto por um batalhão de jornalistas de 25 países.
Batalhão maior do que havia no
Parkland Hospital, em Dallas, há
40 anos, quando o presidente dos
EUA John Kennedy foi morto.
É o mundo de Beckham.
Em cada aparição, um patrocinador. Logo após desembarcar de
um jato particular na base aérea
de Torrejón, com um terno azul-bebê e seu mais novo penteado
-dois rabinhos de cavalo displicentemente amarrados-, o meia
e sua mulher foram presenteados
com dois celulares da Siemens.
A clínica Sanitas pagou US$ 414
mil pelo privilégio de colher a urina de Beckham, entre outros exames. A rede de TV inglesa Sky
News tentou, em vão, adquirir os
direitos de transmissão da tal análise. A Real Madrid TV, que tinha
os direitos, se encarregou de selecionar as imagens e distribuí-las.
Do hotel em que se hospedou
-a suíte, paga pelo novo clube,
custou mais de US$ 1.300-, foi à
sede do Real em um Audi.
Devidamente vestido com seu
uniforme Adidas, Beckham foi ao
campo do Santiago Bernabéu para a primeira sessão de fotos. A
empresa calcula que suas vendas
serão alavancadas em 20%.
Depois, ainda apareceu descalço na entrevista oficial para a Real
Madrid TV. Os espanhóis brincaram que era porque ele não havia
encontrado uma
marca que o patrocinasse. Nada disso.
Tudo faz parte do estilo Beckham.
E todo esse alvoroço foi recompensado. Segundo a imprensa inglesa, cerca
de 2 bilhões de pessoas assistiram ao
evento ao vivo, o que
equivale a um terço
da população da
Terra. Não por coincidência, a apresentação foi no horário
nobre na Ásia.
E esse furacão todo
não vem de agora.
Na Inglaterra, o casal
Beckham já roubou
o lugar da família
real no imaginário
da população.
A ex-Spice Girl,
aliás, é a responsável
pelo visual do marido. Crianças copiam
as roupas, os penteados e a atitude do jogador. Na Ásia, jovens
pintam seus cabelos de loiro.
Assim é o fenômeno Beckham.
Copiado, idolatrado, desejado.
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