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Improvável
Segundo país menos populoso do Mundial, Uruguai desafia a Holanda para ir à final , e técnico diz que, apesar da distância para os outros semifinalistas e do papel de azarão, no futebol tudo é possível
Ricardo Nogueira/Folhapress
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O atacante uruguaio Forlán e companheiros no estádio Phillip, na Cidade do Cabo
Uruguai x Holanda
Sul-americanos encaram rival 100%,
às 15h30, na 1ª semifinal da Copa
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS À CIDADE DO CABO
Ter a chance de disputar
uma vaga na final da Copa do
Mundo seria difícil para qualquer das 32 seleções. Para o
Uruguai, chegar até aqui foi
muito mais complicado.
Hoje, a seleção uruguaia
decide com a Holanda quem
será o primeiro finalista.
A população do país hoje,
3,3 milhões de habitantes, é
apenas pouco superior à de
1970 (2,9 milhões), quando a
Celeste chegou pela última
vez à semifinal da Copa.
A população do Brasil, por
exemplo, mais do que dobrou no mesmo período (foi
de cerca de 90 milhões em
1970 para 190 milhões hoje).
"A maioria dos países tem
mais jogadores de futebol do
que nós temos habitantes",
disse ontem o técnico Oscar
Tabárez. "É incrível, mas
continuam aparecendo bons
jogadores no Uruguai. São
poucos, mas aparecem."
O único país com população inferior à do Uruguai neste Mundial é a Eslovênia (cerca de 2 milhões), cuja seleção
caiu na primeira fase.
Desse fator decorrem dificuldades como organizar um
campeonato local forte, evitar que os poucos bons jogadores fujam para o exterior
ainda cedo e, claro, montar
uma seleção competitiva.
"Ainda temos um longo
caminho a percorrer", disse
Tabárez. "É perverso acreditar só nos resultados. Temos
que fazer muito para reduzir
a distância que há entre nós e
os outros semifinalistas."
Dentro dos campos sul-
-africanos, essa distância foi
percorrida. "Todos concordamos que o Uruguai não joga o melhor futebol da Copa.
Mas chegamos até aqui, e
não consigo acreditar que tenha sido apenas sorte."
O Uruguai foi o último país
a conseguir vaga na Copa. No
sorteio, caiu num grupo que
tinha a África do Sul, seleção
anfitriã (que até 2010 sempre
avançou para a fase seguinte), a França, atual vice-campeã mundial, e o México,
contra quem acumula mais
derrotas do que vitórias.
Ao superá-los, a Celeste
conseguiu se livrar da Argentina. Pegou a Coreia do Sul
nas oitavas e venceu por 2 a 1.
Então veio Gana numa fase
em que, se favoritismo contasse, deveria aparecer a Inglaterra pelo caminho.
O rival de hoje é a Holanda, de campanha perfeita e
que eliminou o Brasil. "Se for
para falar de antecedentes,
então não é preciso jogar",
disse Tabárez. "Vamos precisar de um jogo perfeito para
ir à final. Felizmente isso é futebol, e isso é possível."
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