São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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Improvável

Segundo país menos populoso do Mundial, Uruguai desafia a Holanda para ir à final , e técnico diz que, apesar da distância para os outros semifinalistas e do papel de azarão, no futebol tudo é possível

Ricardo Nogueira/Folhapress
O atacante uruguaio Forlán e companheiros no estádio Phillip, na Cidade do Cabo

Uruguai x Holanda
Sul-americanos encaram rival 100%, às 15h30, na 1ª semifinal da Copa

MARTÍN FERNANDEZ
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS À CIDADE DO CABO

Ter a chance de disputar uma vaga na final da Copa do Mundo seria difícil para qualquer das 32 seleções. Para o Uruguai, chegar até aqui foi muito mais complicado.
Hoje, a seleção uruguaia decide com a Holanda quem será o primeiro finalista.
A população do país hoje, 3,3 milhões de habitantes, é apenas pouco superior à de 1970 (2,9 milhões), quando a Celeste chegou pela última vez à semifinal da Copa.
A população do Brasil, por exemplo, mais do que dobrou no mesmo período (foi de cerca de 90 milhões em 1970 para 190 milhões hoje).
"A maioria dos países tem mais jogadores de futebol do que nós temos habitantes", disse ontem o técnico Oscar Tabárez. "É incrível, mas continuam aparecendo bons jogadores no Uruguai. São poucos, mas aparecem."
O único país com população inferior à do Uruguai neste Mundial é a Eslovênia (cerca de 2 milhões), cuja seleção caiu na primeira fase.
Desse fator decorrem dificuldades como organizar um campeonato local forte, evitar que os poucos bons jogadores fujam para o exterior ainda cedo e, claro, montar uma seleção competitiva.
"Ainda temos um longo caminho a percorrer", disse Tabárez. "É perverso acreditar só nos resultados. Temos que fazer muito para reduzir a distância que há entre nós e os outros semifinalistas."
Dentro dos campos sul- -africanos, essa distância foi percorrida. "Todos concordamos que o Uruguai não joga o melhor futebol da Copa. Mas chegamos até aqui, e não consigo acreditar que tenha sido apenas sorte."
O Uruguai foi o último país a conseguir vaga na Copa. No sorteio, caiu num grupo que tinha a África do Sul, seleção anfitriã (que até 2010 sempre avançou para a fase seguinte), a França, atual vice-campeã mundial, e o México, contra quem acumula mais derrotas do que vitórias.
Ao superá-los, a Celeste conseguiu se livrar da Argentina. Pegou a Coreia do Sul nas oitavas e venceu por 2 a 1.
Então veio Gana numa fase em que, se favoritismo contasse, deveria aparecer a Inglaterra pelo caminho. O rival de hoje é a Holanda, de campanha perfeita e que eliminou o Brasil. "Se for para falar de antecedentes, então não é preciso jogar", disse Tabárez. "Vamos precisar de um jogo perfeito para ir à final. Felizmente isso é futebol, e isso é possível."


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