Zagueiro Puyol controla disputa que, de tão popular na Fúria, é citada até em livro pelo treinador Del Bosque

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN

Puyol não é o capitão da Espanha em campo, mas é ele quem comanda uma atividade que movimenta todos os atletas, membros da comissão técnica, dirigentes e alguns outros na seleção que é a atual campeã europeia.
Os tradicionais bolões que acontecem em empresas e entre amigos nas grandes competições já são uma verdadeira instituição na Fúria.
Antes mesmo de embarcarem para a África do Sul, os espanhóis fizeram as suas apostas para o Mundial.
Puyol distribuiu os papéis para as complexas apostas. O bolão da Espanha começa na fase de grupos e, com o avanço do time, vai ao mata-mata e pode chegar à final.
Acertando o ganhador da partida ou o empate, o apostador soma três pontos. Se conseguir acertar o resultado em cima, ganha mais três.
Tal qual na Eurocopa, os espanhóis ganham pontos por adivinhar qual a posição de cada seleção na fase de grupos. Acertar um campeão de chave rende quatro pontos, adivinhar o segundo colocado rende mais dois. Terceiro e quarto lugares certos valem um ponto cada um.
O bolão do time espanhol, que é disputado por mais de 40 pessoas da delegação, ainda dá bônus para quem acertar, por exemplo, o artilheiro da fase de grupos.
Na Euro-2008, o atacante Sergio García não foi destaque na conquista, mas faturou o bolão. Na Copa das Confederações, quando o bolão teve regulamento diferente por se tratar de um torneio pequeno, o técnico Vicente del Bosque, com o auxiliar Paco Jiménez, ganhou a disputa, apesar de a Espanha não ter levado o título.
"Acertei as vitórias da Espanha, o artilheiro e posições dos grupos. Tentarei repetir isso no Mundial", diz Del Bosque no livro "Los Secretos de La Roja" ("Os Segredos da Seleção Espanhola").
"Participou e faturou. Por alguma razão é técnico, não?", brincou Puyol, sobre a vitória do chefe no bolão, cuja aposta é de € 50 (R$ 112). Del Bosque e o auxiliar, que acertaram que Luis Fabiano seria o artilheiro da Copa das Confederações, dividiram a quantia de € 1.150 (R$ 2.568).
Xavi, o jogador mais bem colocado no bolão da Copa das Confederações, faturou 460. Iniesta, seu grande parceiro no Barcelona, é um fiasco. "Fui mal. Perdi dinheiro. Dizem que sorte no jogo...", disse, lembrando o ditado.
O único critério para participar é estar na delegação. O vencedor fica com 50% do prêmio. O segundo leva 30%, e o terceiro pega os 20% restantes. Os participantes podem fazer grupos de duas, três ou quatro pessoas.
"Pode parecer uma bobagem, mas esse tipo de coisa faz o dia a dia ser mais ameno. Vale a pena pensar bem nos resultados porque depois não há quem aguente alguns", diz o lateral Arbeloa.


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