São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2010

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Espelho meu

Duros no controle da bola, alemães se inspiram nos espanhóis para convencer

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A PRETÓRIA

Em uma roda, atletas alemães trocam passes pelo alto com o objetivo de não deixar a bola cair. Na maioria das vezes, entretanto, eles perdem o controle, e ela escapa.
Estavam no círculo, na antevéspera do duelo com a Espanha que vale vaga na decisão da Copa, o meia Özil e o atacante Müller, novas joias do futebol germânico.
A cena ocorreu durante o treino da Alemanha, ontem, em Pretória. Poderia ser visto como um contraste com o futebol dinâmico e ofensivo do time no Mundial da África.
Não é. A Alemanha é um time que projeta jogar o futebol-arte. E tem conseguido, sem saber fazer embaixadas.
É por isso que o próximo rival, que nunca venceu a Copa, é visto como inspiração pelos alemães, um modelo para a renovação do futebol do país tricampeão do mundo -ganhou em 54, 74 e 90.
O tom de admiração pelo rival é bem diferente do clima que antecedia os duelos com a Inglaterra (respeito, clima de rivalidade e elogios) e a Argentina (provocações).
"Temos toda a razão para acreditar que podemos vencer. Dito isso, a Espanha continua favorita. Ela dominou os jogos nas eliminatórias da Europa. Não tem um Messi, mas vários Messis", afirmou o técnico Joachim Löw.
Foi a partir da derrota para a Espanha, na final da Eurocopa-2008, que o técnico intensificou a renovação da seleção alemã. Buscou implantar no time características parecidas com as do campeão continental, como manter a posse de bola, tocá-la rápido e ter mobilidade no ataque.
"Tenho grande respeito pela Espanha. Apresentaram nos últimos anos um grande futebol, de alto nível", ressaltou o meia Schweinsteiger, que provocou os argentinos antes das quartas de final.
Para ele, é preciso ser mestre na tática para bater oponentes como Iniesta e Xavi. A Alemanha deixa claro que se vê inferior em habilidade. Löw não se constrange em declarar que Villa é melhor nas conclusões do que seu maior artilheiro, Klose.
Ele diz que os espanhóis fazem a bola ter fluência sem esforço. "Na Espanha, isso é a segunda natureza na cantera [campos para garotos espanhóis]. Eles não só jogam mas celebram. É fácil para eles jogar. Esse é meu objetivo como técnico", disse Löw.
Mas ele cita que o time alemão é bem diferente do que perdeu por 1 a 0 na final da Eurocopa. Afinal, após tentativas de embaixadas frustradas, os alemães treinaram passes. Quase não erraram.


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