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NATAÇÃO
Bicampeão olímpico, russo estranha assédio em visita a São Paulo e cita Pelé como esportista inesquecível
Popov diz que idolatria ainda o surpreende
FERNANDO ITOKAZU
da Reportagem Local
Apesar de ser bicampeão olímpico dos 50 m e 100 m livre, o nadador russo Alexander Popov não se
considera um ídolo.
"Não entendo o fato de me
apontarem como tal. Acho que
uma criança poderia procurar seu
ídolo dentro de si própria", afirmou Popov em conversa reservada com a Folha, anteontem.
"Mas, se as pessoas querem ser
como eu, isso é bom, pois estou
sempre querendo e tentando fazer
o meu melhor."
Ele afirmou não saber apontar
um ídolo para ele, mas citou Pelé
como alguém que respeita.
"O Brasil pode ter vários outros
bons jogadores de futebol, mas
ninguém vai se esquecer dele. Pelé
é único."
O nadador russo disse que só se
deu conta do valor da conquista
(duas medalhas de ouro) na Olimpíada de Barcelona, em 92, um ano
e meio após o evento.
"Acontece tanta coisa que você
não consegue assimilar. O impacto
é muito grande."
Quando repetiu o feito no ano
passado, em Atlanta, o nadador
disse que estava mais preparado.
"A principal diferença entre as
duas oportunidades aconteceu
dentro de mim. Pude aproveitar
melhor a experiência."
O russo se disse surpreso pelo assédio que vem sofrendo desde que
chegou ao Brasil, na quinta-feira.
"Não consigo entender. Não vejo o Gustavo sendo tão solicitado",
disse o russo, referindo-se ao brasileiro Gustavo Borges, medalha
de bronze nos 100 m livre em
Atlanta-97.
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