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Inter e São Paulo são reis da América e do Brasil
Na contramão da história, equipes decidem a Libertadores e brilham no país
Entre os 20 times da elite, gaúchos e paulistas são os únicos com aproveitamento superior a 70% nos torneios caseiros nesta temporada
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Mirar o mundo sem descuidar do quintal. No futebol brasileiro, principalmente a partir
da introdução do Campeonato
Brasileiro, isso parecia impossível. Até que Internacional e
São Paulo resolveram quebrar
esse tabu na temporada 2006.
Os finalistas da Libertadores
são também os times de melhor
desempenho nas competições
nacionais, contabilizando os 20
times da elite, no ano.
Os dois são os únicos com
aproveitamento acima dos
70%, com ligeira vantagem para os gaúchos. Ambos foram vice-campeões estaduais e brigam agora pela liderança do
Brasileiro -neste caso, quem
está na frente é o São Paulo.
Sobrando na turma e preocupados com a final da Libertadores -o primeiro jogo acontece
na quarta-feira-, a dupla manda a campo hoje times reservas,
os gaúchos diante do Santos, e
os paulistas contra o Botafogo.
Mas, qualquer que seja o desfecho da rodada, a liderança vai
prosseguir com o São Paulo e
também os dois irão continuar
como os de melhor aproveitamento do país em 2006.
Uma campanha como campeão ou vice em um Brasileiro
aliada ao título da Libertadores
é fato inédito no país até hoje.
Quem chegou mais perto disso foi o São Paulo, que faturou a
taça sul-americana e foi o quarto no Nacional em 1993.
Na maioria dos casos, os
campeões da Libertadores tiveram péssima performance no
Nacional. Foi o que aconteceu
no ano passado, por exemplo.
Na primeira decisão 100%
brasileira da competição continental, São Paulo (que acabou
campeão) e Atlético-PR chegaram a ficar na zona do rebaixamento por várias rodadas.
Dos dois lados, apesar da escalação dos reservas nos últimos jogos, o discurso é que a
principal competição no país é
sim muito importante.
"É um título que não ganhamos desde 1991. É prioridade. É
um título que ganhei como jogador e também quero como
treinador", disse o técnico Muricy Ramalho, do São Paulo.
Abel Braga, seu colega de profissão e rival na decisão da Libertadores, é mais direto.
"Quero conquistar tudo."
O Inter não sabe o que é um
título brasileiro há ainda mais
tempo -o último dos três da
galeria de troféus do clube foi
em 1979, na única campanha
invicta em toda a história de
um campeão nacional.
Os duelistas pelo título da Libertadores contam com pontos
fortes diferentes no ano.
O time do Morumbi se destaca pelo poder ofensivo -tem
média de dois gols marcados
por jogo em partidas oficiais.
Já o clube gaúcho vai melhor
na defesa. Tem a ótima média
de 0,75 gol sofrido por jogo.
Com São Paulo e Inter em alta, quem deve comemorar é o
segundo pelotão do Nacional.
Se o campeão da Libertadores também terminar entre os
quatro primeiros do Brasileiro,
o quinto posto na classificação
final também vai dar vaga no
torneio continental em 2007.
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