São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006

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Inter e São Paulo são reis da América e do Brasil

Na contramão da história, equipes decidem a Libertadores e brilham no país

Entre os 20 times da elite, gaúchos e paulistas são os únicos com aproveitamento superior a 70% nos torneios caseiros nesta temporada


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Mirar o mundo sem descuidar do quintal. No futebol brasileiro, principalmente a partir da introdução do Campeonato Brasileiro, isso parecia impossível. Até que Internacional e São Paulo resolveram quebrar esse tabu na temporada 2006.
Os finalistas da Libertadores são também os times de melhor desempenho nas competições nacionais, contabilizando os 20 times da elite, no ano.
Os dois são os únicos com aproveitamento acima dos 70%, com ligeira vantagem para os gaúchos. Ambos foram vice-campeões estaduais e brigam agora pela liderança do Brasileiro -neste caso, quem está na frente é o São Paulo.
Sobrando na turma e preocupados com a final da Libertadores -o primeiro jogo acontece na quarta-feira-, a dupla manda a campo hoje times reservas, os gaúchos diante do Santos, e os paulistas contra o Botafogo.
Mas, qualquer que seja o desfecho da rodada, a liderança vai prosseguir com o São Paulo e também os dois irão continuar como os de melhor aproveitamento do país em 2006.
Uma campanha como campeão ou vice em um Brasileiro aliada ao título da Libertadores é fato inédito no país até hoje.
Quem chegou mais perto disso foi o São Paulo, que faturou a taça sul-americana e foi o quarto no Nacional em 1993.
Na maioria dos casos, os campeões da Libertadores tiveram péssima performance no Nacional. Foi o que aconteceu no ano passado, por exemplo.
Na primeira decisão 100% brasileira da competição continental, São Paulo (que acabou campeão) e Atlético-PR chegaram a ficar na zona do rebaixamento por várias rodadas.
Dos dois lados, apesar da escalação dos reservas nos últimos jogos, o discurso é que a principal competição no país é sim muito importante.
"É um título que não ganhamos desde 1991. É prioridade. É um título que ganhei como jogador e também quero como treinador", disse o técnico Muricy Ramalho, do São Paulo. Abel Braga, seu colega de profissão e rival na decisão da Libertadores, é mais direto. "Quero conquistar tudo."
O Inter não sabe o que é um título brasileiro há ainda mais tempo -o último dos três da galeria de troféus do clube foi em 1979, na única campanha invicta em toda a história de um campeão nacional.
Os duelistas pelo título da Libertadores contam com pontos fortes diferentes no ano.
O time do Morumbi se destaca pelo poder ofensivo -tem média de dois gols marcados por jogo em partidas oficiais.
Já o clube gaúcho vai melhor na defesa. Tem a ótima média de 0,75 gol sofrido por jogo.
Com São Paulo e Inter em alta, quem deve comemorar é o segundo pelotão do Nacional.
Se o campeão da Libertadores também terminar entre os quatro primeiros do Brasileiro, o quinto posto na classificação final também vai dar vaga no torneio continental em 2007.


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