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JUCA KFOURI
O futebol começa aos 30
Numa rodada feliz para os
quatro paulistas, a velha geração brilha porque a
nova continua indo embora
AOS 33 ANOS , Vampeta voltou ao
time do Corinthians e foi o toque de qualidade na vitória
diante do Goiás, no Morumbi.
Usou e abusou dos passes de trivela e fez o lançamento que originou o
solitário gol alvinegro.
Ele e, em menor medida, o menino William, 19, fizeram a diferença.
Mas, ao que tudo indica, já estão fazendo as malas do garoto, para uma
Ucrânia qualquer.
E ao velho Vamp, como ele gosta
de se chamar, caberá o papel que
nem Paulo César Carpegiani parecia
acreditar que pudesse desempenhar. Na reestréia, deu certo.
Na Vila Belmiro, quem inaugurou
a fácil vitória santista sobre o Flamengo foi Pedrinho, 30, que recebeu um tijolo de Marcos Aurélio, 23,
e soube arredondá-lo para fazer 1 a
0. Este Pedrinho que tinha só um
fiador, Vanderlei Luxemburgo.
O Santos subiu e, ainda, aposta em
Petkovic, quase 35 anos, para reforçar seu meio-de-campo, embora
Kléber, 27, dê conta do recado.
Digamos que as vitórias de Corinthians e Santos eram mais ou menos
obrigatórias, apesar de a campanha
goiana ser melhor.
Mas a do Palmeiras, no Maracanã,
sobre o Fluminense, não era.
E se Diego Cavalieri, 24, acabou
por ser o herói do jogo, a vitória por 1
a 0 nasceu dos pés de Edmundo, 36,
em lançamento precioso para Valdivia, 23. E não foi o único passe milimétrico dele, diga-se. O que o levou a
fazer ácida ironia sobre "os que não
nos deixam jogar juntos", em alusão
à parceria com o chileno e, é óbvio,
ao técnico Caio Júnior.
Não está nada fácil a vida dos técnicos, que perdem as promessas, como a dupla Gre-Nal perdeu Lucas,
20, e Alexandre Pato, 17 -e corre o
risco de perder o estupendo Carlos
Eduardo, 20.
Porque quando se apela para os
veteranos -e nada contra os mais
velhos-, por mais que dê resultado,
o treinador se vê obrigado a conviver
com vícios e manias que são típicos,
e naturais, de quem está no ocaso de
suas carreiras.
Claro que nem sempre é assim,
basta ver como é pacífica a convivência com Rogério Ceni, 34, maior
ídolo do São Paulo, e com Dodô, 33,
xodó botafoguense que, aliás, por linhas tortas, foi corretamente absolvido de uma descabida acusação de
doping, graças a uma legislação caduca e, como se viu, manipulada.
E por falar no goleiro e no artilheiro, que jogo teremos nesta quarta-feira entre Botafogo e São Paulo, pena que no Maracanã, com gramado
estropiado, porque merecia o Engenhão, nova casa do Glorioso.
Principalmente depois de ontem,
quando o São Paulo teve a felicidade
de fazer um gol de cara e a sabedoria
para assegurar, e ampliar, a valiosa
vitória sobre o Grêmio, 2 a 0, Borges
e Tardelli, no Olímpico.
Fim de papo
Se alguém tinha dúvida sobre a
necessidade de um organismo que
limitasse o Poder Judiciário, a decisão homofóbica do juiz do caso Richarlyson revela como pode ser útil
o Conselho Nacional de Justiça.
Autonomia não é terra de ninguém,
constatação que, aliás, serve à perfeição também para as entidades
esportivas. O Supremo Tribunal
Federal deve, há dois anos, uma interpretação sobre o alcance da tal
autonomia em nosso futebol.
blogdojuca@uol.com.br
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