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CIDA SANTOS
O futuro da seleção
A seleção, para continuar a melhor do mundo, precisa de Bernardinho e Ricardinho. Os dois vão ter que se entender
A PERGUNTA que ronda a cabeça
dos amantes de vôlei é uma
só: o levantador Ricardinho
voltará para a seleção? Os primeiros
sinais serão dados na próxima semana, quando for divulgada a lista dos
convocados para o Sul-Americano
do Chile, a partir de 3 de setembro.
Na Copa América, que começa dia
13 em Manaus, a seleção vai competir com um time de novatos. Já o
Sul-Americano, apesar de ser um
torneio com seleções frágeis, vale
vaga para a Copa do Mundo, que é
classificatória para a Olimpíada. Por
isso, o Brasil terá força máxima.
A comissão técnica optou por uma
solução traumática e inadequada ao
cortar Ricardinho dois dias antes da
estréia no Pan do Rio. Em dez de tratar internamente os conflitos com o
levantador, a questão se tornou pública e deixou a seleção dividida.
No pódio do Pan, os jogadores levaram uma bandeira do Brasil com
algumas inscrições, entre elas o número 17, da camisa de Ricardinho, e
pedidos para ele voltar. Uma atitude
corajosa dos atletas, já que o levantador não deixou time porque quis.
Muitas versões saíram sobre os
motivos do corte de Ricardinho. Como capitão, era o responsável por levar as reivindicações do grupo, como premiações e folgas, para a comissão técnica. As conversas nem
sempre eram amistosas, daí veio um
desgaste nos últimos tempos. O que
provocou a turbulência final foi o
desejo do grupo de não querer dividir o prêmio do Pan com a comissão.
Um dos argumentos é que ela, ao
contrário dos atletas, recebe salário
na seleção. O atraso de um dia de Ricardinho para os treinos foi a justificativa dada para o corte.
O certo é que a crise ronda a melhor seleção do mundo. Se o Brasil
for campeão em Pequim-08, conseguirá um fato inédito na história do
vôlei masculino: vencer duas Olimpíadas e dois Mundiais seguidos.
A forma traumática como a comissão técnica quis resolver a questão deixou feridas difíceis de serem
cicatrizadas. Ricardinho se isolou
em Maringá e tem evitado conversas. Giba é o mais empenhado em
tentar fazer o amigo aceitar uma
possível convocação. O certo é que a
seleção, para continuar a melhor,
precisa de Bernardinho e Ricardinho. Os dois vão ter que se entender.
EXEMPLO ITALIANO
Na seleção italiana também houve um conflito entre o levantador
titular, Valério Vermiglio, e o técnico Gianpaolo Montali, que nem
convocou o jogador para a Liga
Mundial. A Itália foi mal no torneio: não chegou à fase final. Agora,
Vermiglio está de volta, para disputar o Campeonato Europeu.
LIVRO DE RICARDINHO
Ele queria uma festa, mas, por
causa dos problemas na seleção, fará lançamento discreto em Maringá, no dia 14. No dia 15, o livro já estará nas livrarias. O nome é "Levantando a Vida", texto de Luiz
Carlos Ramos, com a trajetória do
melhor levantador do mundo.
cidasan@uol.com.br
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