Organizadas tumultuam time, que hoje pega o Goiás

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Após sair da liderança e cair para a sexta posição no Brasileiro, o time do Flamengo, que hoje enfrenta o Goiás fora de casa, sofreu ontem um violento protesto de torcedores no treino da equipe pela manhã.
Uma bomba caseira foi lançada ao campo durante o treino e houve muita confusão.
Dois atletas ficaram levemente feridos. As duas torcidas organizadas que protestavam no momento da explosão negam a autoria do ataque.
A bomba foi lançada no lado oposto onde estavam cerca de 30 torcedores entoando gritos de protestos contra o time.
Membros das organizadas Raça Rubro-Negra e Torcida Jovem Fla chegaram no final do treino, por volta das 11h, gritando palavras de ordem. "Não é mole não, para jogar no Mengo, tem que ter disposição."
Cerca de cinco minutos depois da chegada dos manifestantes, o artefato foi arremessado no gramado da Gávea.
Após a explosão -que feriu sem gravidade o zagueiro Dininho e o atacante Obina-, os jogadores partiram em direção aos protestantes. O meia Ibson, o goleiro Bruno e o lateral Juan discutiram com os torcedores.
"Eu honro muito essa camisa aqui!", gritou, exaltado, Juan.
O vice-diretor da Raça, Anderson Clemente, negou a autoria do ataque na Gávea.
Após a discussão, o zagueiro Fábio Luciano, capitão da equipe, encontrou-se com os torcedores. "Acho que isso não vai tumultuar o ambiente. Se não tivéssemos conversado depois [da explosão], até poderia abalar o grupo. Mas já conversamos e acertamos tudo", disse o zagueiro, que jogará em Goiás.
O zagueiro Dininho foi ferido por estilhaços na perna, nas costas e na orelha. "Não foi nada grave. Poderia ter acontecido algo mais sério, mas tenho certeza de que não ocorrerá nada além disso porque os resultados positivos vão voltar."
O tom conciliador do capitão da equipe, no entanto, não foi consenso no elenco. "Não deve ser tão simples entrar na Gávea. Carregaram uma bomba para dentro do clube e poderiam ter levado algo pior. Temos de saber de onde partiu essa autorização. Só nos traz insegurança, não há nada de positivo", reclamou o lateral Juan.
Três policiais militares foram chamados, mas ninguém foi preso. O clube entrou com uma queixa-crime na 14ª Delegacia de Polícia do Leblon.
Depois de viver uma ótima fase no início do Brasileiro, o rubro-negro carioca está há seis rodadas sem vencer. A equipe sofreu desmanche com as saídas de Renato Augusto, Marcinho e Souza.