São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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FUTEBOL

Para Ronaldinho, torneio olímpico é como Mundial

Terceiro na lista dos atletas mais ricos, ele será capitão contra Bélgica

BRASIL
Estréia. Horário: 6h. TV: Globo, Band, ESPN Brasil e Bandsports, ao vivo

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SHENYANG

Não é só pela notoriedade que Ronaldinho é diferente dos outros 276 atletas brasileiros nos Jogos de Pequim.
A partir de amanhã, às 6h, quando a seleção brasileira estréia na Olimpíada contra a Bélgica, em Shenyang, o jogador do Milan será também o mais pressionado na delegação recorde do país na história.
Não faltam motivos para isso, a começar pela sua própria convocação, anunciada e forçada por Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, que o levou para o projeto olímpico mesmo com o meia-atacante em longa inatividade e após o técnico Dunga ter dito que só o chamaria quando ele voltasse a disputar partidas oficiais, o que não acontece desde março passado.
Seu status no futebol é muito superior ao dos rivais. Ronaldinho é duas vezes o melhor do mundo pela Fifa. Será o primeiro na história a jogar a Olimpíada já tendo esse prêmio.
Isso numa competição recheada de garotos. O regulamento prevê jogadores com até 23 anos (com três exceções por equipes), dando espaço a uma série de anônimos -os times europeus têm o grosso de seus convocados oriundos de seleções de base e clubes da Europa vetaram convocações de jogadores com mais de 23 anos.
Motivo de furor na China em suas aparições públicas, Ronaldinho, que será capitão na China, tem um faturamento que quase rivaliza com todo o dinheiro recebido pelo Comitê Olímpico Brasileiro da Lei Piva.
Segundo a revista "Forbes", entre os mais de 10 mil atletas que vão estar em Pequim, só Kobe Bryant e LeBron James, da NBA, ganham mais dinheiro que o astro brasileiro -ele supera outras estrelas, como o tenista suíço Roger Federer.
De acordo com a publicação, o meia-atacante fatura o equivalente a R$ 59 milhões por ano, ou 69% de todo o dinheiro gerado pela Lei Piva para o esporte de competição em 2007.
Apesar de tantas evidências, Ronaldinho não se sente mais pressionado que os demais.
"Não tem pressão. Não tem nada disso que preciso provar alguma coisa para alguém. Eu me sinto motivado pela busca de um título inédito, que tem o mesmo peso de um Mundial."
Ronaldinho, 28, se diz agora mais preparado do que em 2000, quando o Brasil, com ele, falhou na busca de seu primeiro ouro no futebol. "Olimpíada não é mais novidade. Você não se intimida", disse ele, aparentemente com o peso normal, mas sem a explosão dos melhores dias. "Não terei problemas."
Além da Bélgica, Ronaldinho e a seleção terão Nova Zelândia e China pela frente na primeira fase. Os dois primeiros da chave avançam às quartas-de-final.
Até ontem, a CBF dizia não ter recebido comunicado do COI de que o time terá que jogar sem seu escudo na camisa.


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