São Paulo, sexta-feira, 06 de setembro de 2002

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Argentina-2002 ofusca Brasil-87

DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro revés sofrido por uma seleção dos EUA formada por profissionais da NBA supera o feito alcançado pelo Brasil no Pan-Americano de 1987.
Anteontem, a Argentina entrou para a história ao bater os americanos, no Conseco Fieldhouse, em Indianápolis, por 87 a 80.
A superioridade do feito argentino é reconhecida pelos próprios brasileiros que estiveram na quadra do Market Square Arena, em Indianápolis, quando o time de Oscar superou os EUA, por 120 a 115, e ficou com o ouro.
Foi a primeira derrota norte-americana dentro de casa em um torneio oficial. Na época, o time não contava com atletas da NBA e era formado por universitários.
"São duas fases distintas. Mas a vitória da Argentina é um feito que supera qualquer outro. Entrou para a história", disse o pivô Israel, 42, titular do time de 1987.
Depois daquela derrota, os EUA mergulharam em uma fase ruim. Nos Jogos de Seul-88, ficaram com o bronze. No Mundial da Argentina-90, o time da terra do basquete ficou em terceiro lugar.
"A façanha argentina foi muito mais importante que a nossa. Mas nós fomos os precursores disso aí", diz Marcel, 45, um dos destaques do time campeão de 1987.
Desde que começou a utilizar jogadores da liga profissional, os norte-americanos foram medalha de ouro nos Jogos de Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000. A equipe também foi campeã do Mundial de Toronto, em 1994.
Em 1998, um locaute (greve de patrões) impediu que os jogadores da NBA participassem do Mundial da Grécia. Com um time formado por universitários ou atletas que atuavam no exterior, os EUA ficaram com o bronze.
Para Marcel, a experiência internacional dos argentinos também ajudou. Os 12 jogadores da seleção atuam no exterior: dez estão na Europa e dois -Ginóbili e Scola- irão estrear na NBA na próxima temporada.
Mesmo reconhecendo o feito argentino anteontem, Guerrinha, 43, armador da seleção brasileira de 1987 e hoje técnico da equipe do Bauru, acredita que cada time teve sua glória.
"Cada um conseguiu uma proeza. Não existe uma glória maior que a outra. A Argentina não ofuscou a nossa vitória, assim como nós não superamos a seleção brasileira que foi bicampeã mundial [em 1959 e 1963"", afirma o treinador. (ALF)


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