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Argentina-2002 ofusca Brasil-87
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro revés sofrido por
uma seleção dos EUA formada
por profissionais da NBA supera
o feito alcançado pelo Brasil no
Pan-Americano de 1987.
Anteontem, a Argentina entrou
para a história ao bater os americanos, no Conseco Fieldhouse,
em Indianápolis, por 87 a 80.
A superioridade do feito argentino é reconhecida pelos próprios
brasileiros que estiveram na quadra do Market Square Arena, em
Indianápolis, quando o time de
Oscar superou os EUA, por 120 a
115, e ficou com o ouro.
Foi a primeira derrota norte-americana dentro de casa em um
torneio oficial. Na época, o time
não contava com atletas da NBA e
era formado por universitários.
"São duas fases distintas. Mas a
vitória da Argentina é um feito
que supera qualquer outro. Entrou para a história", disse o pivô
Israel, 42, titular do time de 1987.
Depois daquela derrota, os EUA
mergulharam em uma fase ruim.
Nos Jogos de Seul-88, ficaram
com o bronze. No Mundial da Argentina-90, o time da terra do basquete ficou em terceiro lugar.
"A façanha argentina foi muito
mais importante que a nossa. Mas
nós fomos os precursores disso
aí", diz Marcel, 45, um dos destaques do time campeão de 1987.
Desde que começou a utilizar
jogadores da liga profissional, os
norte-americanos foram medalha
de ouro nos Jogos de Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000.
A equipe também foi campeã do
Mundial de Toronto, em 1994.
Em 1998, um locaute (greve de
patrões) impediu que os jogadores da NBA participassem do
Mundial da Grécia. Com um time
formado por universitários ou
atletas que atuavam no exterior,
os EUA ficaram com o bronze.
Para Marcel, a experiência internacional dos argentinos também ajudou. Os 12 jogadores da
seleção atuam no exterior: dez estão na Europa e dois -Ginóbili e
Scola- irão estrear na NBA na
próxima temporada.
Mesmo reconhecendo o feito
argentino anteontem, Guerrinha,
43, armador da seleção brasileira
de 1987 e hoje técnico da equipe
do Bauru, acredita que cada time
teve sua glória.
"Cada um conseguiu uma proeza. Não existe uma glória maior
que a outra. A Argentina não
ofuscou a nossa vitória, assim como nós não superamos a seleção
brasileira que foi bicampeã mundial [em 1959 e 1963"", afirma o
treinador.
(ALF)
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