DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardinho cansou. Cansou de não reclamar seus salários atrasado. Cansou de ser o são-paulino mais cobrado pelo técnico Rojas.
Hoje, com a intermediação da diretoria, vai conversar com o chileno, que acenou com a possibilidade de deixá-lo no banco na quarta-feira, contra o Bahia.
"Se tem gente querendo aparecer em cima de mim, não vai conseguir. Não admito mais. Já encheu. Não jogo sozinho, portanto não perco sozinho. Já havia falado isso indiretamente, mas agora espero que o Rojas entenda", disse o meia, criticado por não exercer a liderança desejada pelo treinador.
Rojas não parece ter se intimidado pelas duras declarações de Ricardinho, cujas luvas acordadas no contrato assinado ainda não foram inteiramente pagas.
O treinador disse jamais ter falado assim de um técnico seu e que vai privilegiar o grupo em detrimento da satisfação individual do meia. "Sempre vou pensar primeiro no grupo de jogadores. Todos podem ir para a reserva se não corresponderem em campo."
O supervisor de futebol do São Paulo, Marco Aurélio Cunha, disse que a discussão entre jogador e técnico é normal, mas que a diretoria vai interferir. "Se eles não se entenderem, nós vamos ter que fazer alguma coisa", afirmou.
Não é a primeira vez que a "falta de liderança" de Ricardinho é questionada. Antes, o próprio diretor de futebol, Juvenal Juvêncio, já havia cobrado mais ação do jogador contratado por mais de R$ 4 milhões. "Tenho incentivado o Ricardinho a assumir o papel de líder do time, mas sem sucesso", afirmou o dirigente.
Para a partida de quarta, Rojas poderá contar com a volta do zagueiro Jean e do atacante Kléber, que cumpriram suspensão contra o Santos. Mas o técnico não poderá escalar o volante Carlos Alberto, expulso anteontem.


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