São Paulo, terça-feira, 06 de outubro de 2009

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Para COI, Jogos devem se adaptar à Copa-14

DO ENVIADO A COPENHAGUE

A Copa-2014 não impediu o COI (Comitê Olímpico Internacional) de dar ao Rio os Jogos de 2016. Mas membros da entidade veem a necessidade de adaptar os planos financeiros e de marketing da Olimpíada pela realização dos eventos com dois anos de diferença.
A cúpula do comitê, no entanto, não prevê redução nas suas receitas com a vitória do Rio. Mas há a ressalva de que o impacto do triunfo carioca terá de ser analisado no futuro.
"Esperamos que não [exista queda na renda]. Está claro que o COI não escolheu pelo volume de dinheiro. Se levássemos em conta o dinheiro, teríamos escolhido Chicago", afirmou o presidente do COI, Jacques Rogge. "Não acho que haverá redução das receitas para o movimento olímpico."
Nos Jogos de Atenas-2004, último com receita total disponível no site do COI, a arrecadação foi de US$ 4,2 bilhões.
Os direitos de TV não sofrerão interferência da Copa -estão em curso negociações com TVs americanas. Mas é certo que, caso Chicago tivesse vencido a disputa por 2016, as rendas de TV seriam maiores, Mas, segundo membros do COI, os Jogos no Rio não devem representar uma queda de receita.
A questão será o tratamento dado a patrocinadores, grande fonte de recursos do COI. Quanto aos parceiros globais, não há conflito, pois Fifa e comitê têm associações distintas. A dúvida paira sobre os patrocínios locais, cerca de um quarto do total das receitas.
"Eu acho que é uma vantagem. Poderia se alcançar uma estratégia em comum [entre os dois comitês] com os patrocinadores locais", afirmou o membro do COI, Willi Kaltschmitt, da Guatemala.
Líder do comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, vai procurar os organizadores da Copa. Mas não deve haver um plano de marketing conjunto.
"Quando os Jogos foram em Atlanta-1996, a Copa foi antes. E em Atlanta nem se sabia que haveria a Copa por lá porque não era o país do futebol", afirmou o delegado israelense do COI Alex Gilady, que mostrava preocupação com o impacto dos dois eventos antes da eleição da cidade brasileira.
Ainda na comparação com os EUA, Anita DeFrantz, americana membro do COI, reconhece que seu país tem um volume maior de dinheiro para ser investido nesses eventos. Mas acha que não deve se levar em conta só a questão financeira.
"[A Copa] Vai ajudar. Vai forçar as coisas a ficarem prontas antes. É uma boa preparação para os Jogos, que são maiores", disse Kaltschmitt. (RM)


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