|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Campeão da Indy, brasileiro será companheiro do francês Olivier Panis nas próximas duas temporadas
Toyota, enfim, confirma Da Matta na F-1
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Toyota encerrou ontem um
silêncio de 50 dias e confirmou,
enfim, a contratação de Cristiano
da Matta para o próximo Mundial
de F-1. O brasileiro assinou contrato por dois anos e será companheiro do francês Olivier Panis.
Primeiro piloto a vencer uma
prova da Indy com motor Toyota,
em 2000, e campeão da categoria
neste ano usando os propulsores
japoneses, Da Matta afirmou que
espera manter o sucesso da parceria. "Para mim, é importante continuar com eles. Chegar à F-1 por
essa equipe é algo especial", disse.
No dia 17 de setembro, a Folha
noticiou a contratação do brasileiro. Nesse intervalo de 50 dias,
porém, a Toyota e o piloto evitaram comentar o assunto.
O motivo mais provável para a
demora no anúncio foi a troca de
comando na equipe. Na semana
passada, a montadora promoveu
seu diretor de marketing, John
Howett, à presidência da divisão
de F-1. O sueco Ove Anderson,
que vinha comandando toda a
operação, foi rebaixado para vice.
Com a oficialização de Da Matta, são três os pilotos brasileiros
confirmados para 2003. Além dele, Rubens Barrichello (Ferrari) e
Antonio Pizzonia (Jaguar) disputarão o próximo Mundial. Felipe
Massa, dispensado pela Sauber,
ainda busca uma vaga na Jordan.
Filho de Toninho da Matta, ex-piloto de Turismo, o campeão da
Indy cumpriu uma trajetória inusitada para chegar à F-1. A começar por sua origem: nunca um mineiro havia alcançado a categoria.
Até 1996, Da Matta seguiu o roteiro normal: kart, F-Ford, F-3 e
F-3000. Sem chances de ascender
à F-1, mudou então de rumo e foi
para os EUA, onde no ano seguinte, 1997, estreou na Indy Lights.
A partir daí, sua carreira renasceu. Ele venceu o campeonato em
1998 e, na Indy, a partir de 1999,
colecionou sucessos e recordes.
Neste ano, com 18 das 19 provas
disputadas, obteve sete poles, sete
vitórias e foi dez vezes ao pódio.
Outro aspecto incomum é sua
idade. Nas últimas temporadas, a
F-1 se habituou a receber estreantes com 19 ou 20 anos e com pouca experiência no automobilismo.
Apesar de todas essas "adversidades", Da Matta, 29, surpreende
pelo otimismo. "Não quero apenas fazer número. E não trocaria a
Indy pela Jordan ou pela Arrows",
afirma no seu site na Internet.
Neste ano, a Toyota contou com
o quarto maior orçamento da F-1:
US$ 238,4 milhões, atrás apenas
de Ferrari, McLaren e Renault.
E, para uma primeira temporada, não decepcionou e marcou
dois pontos -a BAR, por exemplo, só pontuou no segundo ano.
Da Matta, que está em Miami,
deve testar o carro da Toyota no
final do mês. Em maio, ele chegou
a participar de uma sessão de treinos em Paul Ricard, na França.
Para sua vaga na Indy, a Newman-Haas contratou outro mineiro: Bruno Junqueira, que
atualmente corre pela Ganassi.
Texto Anterior: Futebol: Ronaldo pode desfalcar Real na partida de hoje Próximo Texto: Areia Índice
|