São Paulo, quarta-feira, 06 de novembro de 2002

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AUTOMOBILISMO

Campeão da Indy, brasileiro será companheiro do francês Olivier Panis nas próximas duas temporadas

Toyota, enfim, confirma Da Matta na F-1

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Toyota encerrou ontem um silêncio de 50 dias e confirmou, enfim, a contratação de Cristiano da Matta para o próximo Mundial de F-1. O brasileiro assinou contrato por dois anos e será companheiro do francês Olivier Panis.
Primeiro piloto a vencer uma prova da Indy com motor Toyota, em 2000, e campeão da categoria neste ano usando os propulsores japoneses, Da Matta afirmou que espera manter o sucesso da parceria. "Para mim, é importante continuar com eles. Chegar à F-1 por essa equipe é algo especial", disse.
No dia 17 de setembro, a Folha noticiou a contratação do brasileiro. Nesse intervalo de 50 dias, porém, a Toyota e o piloto evitaram comentar o assunto.
O motivo mais provável para a demora no anúncio foi a troca de comando na equipe. Na semana passada, a montadora promoveu seu diretor de marketing, John Howett, à presidência da divisão de F-1. O sueco Ove Anderson, que vinha comandando toda a operação, foi rebaixado para vice.
Com a oficialização de Da Matta, são três os pilotos brasileiros confirmados para 2003. Além dele, Rubens Barrichello (Ferrari) e Antonio Pizzonia (Jaguar) disputarão o próximo Mundial. Felipe Massa, dispensado pela Sauber, ainda busca uma vaga na Jordan.
Filho de Toninho da Matta, ex-piloto de Turismo, o campeão da Indy cumpriu uma trajetória inusitada para chegar à F-1. A começar por sua origem: nunca um mineiro havia alcançado a categoria.
Até 1996, Da Matta seguiu o roteiro normal: kart, F-Ford, F-3 e F-3000. Sem chances de ascender à F-1, mudou então de rumo e foi para os EUA, onde no ano seguinte, 1997, estreou na Indy Lights.
A partir daí, sua carreira renasceu. Ele venceu o campeonato em 1998 e, na Indy, a partir de 1999, colecionou sucessos e recordes. Neste ano, com 18 das 19 provas disputadas, obteve sete poles, sete vitórias e foi dez vezes ao pódio.
Outro aspecto incomum é sua idade. Nas últimas temporadas, a F-1 se habituou a receber estreantes com 19 ou 20 anos e com pouca experiência no automobilismo.
Apesar de todas essas "adversidades", Da Matta, 29, surpreende pelo otimismo. "Não quero apenas fazer número. E não trocaria a Indy pela Jordan ou pela Arrows", afirma no seu site na Internet.
Neste ano, a Toyota contou com o quarto maior orçamento da F-1: US$ 238,4 milhões, atrás apenas de Ferrari, McLaren e Renault.
E, para uma primeira temporada, não decepcionou e marcou dois pontos -a BAR, por exemplo, só pontuou no segundo ano.
Da Matta, que está em Miami, deve testar o carro da Toyota no final do mês. Em maio, ele chegou a participar de uma sessão de treinos em Paul Ricard, na França.
Para sua vaga na Indy, a Newman-Haas contratou outro mineiro: Bruno Junqueira, que atualmente corre pela Ganassi.



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