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Palmeiras rompe "script" inicial e leva turbulência para a folga
Derrota no Recife faz torcida rachar com time, que deve se refugiar em Jarinu
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Era para ser um momento de
paz, renovação de contratos e
euforia pela vaga quase assegurada na Libertadores. Mas deu
tudo errado. E os dez dias que
separavam os jogos contra
Sport e Fluminense viraram
um inferno para o Palmeiras.
O martírio começou na madrugada de ontem, ainda no
Recife, após a derrota por 3 a 1
para os pernambucanos. Membros da torcida organizada
Mancha Alviverde discutiram
com os jogadores no aeroporto.
Na versão do presidente da
torcida, Jânio Carvalho Santos,
que não estava presente no incidente (embarcou mais tarde
com o "grosso" da torcida), alguns dos atletas estavam embriagados. Isso teria irritado integrantes da Mancha, que cobraram mais seriedade do elenco após os dois últimos tropeços contra equipes ameaçadas
pelo rebaixamento -além do
Sport, o time perdeu em casa do
Juventude (1 a 0).
Já o Palmeiras, por meio de
seus dirigentes, nega que qualquer jogador estivesse bêbado.
"Dentro da sala de embarque
não tem nada para ficar bebendo. O que nós vimos foram alguns comprarem Coca-Cola e
pão de queijo", afirmou o diretor de futebol Genaro Marino.
O pivô da discussão, em ambas as versões, foi o ala-esquerdo Leandro, que não voltou para São Paulo -o time ganhou
dois dias de folga. O atleta, que
pegou um avião para o Rio, foi o
mais hostilizado pelos torcedores. O atacante Luiz Henrique e
o ala Paulo Sérgio, que foram
tomar as dores do companheiro, acabaram xingados.
O fato é que o mal-estar com
a principal torcida organizada
do clube só potencializou o drama do time, que saiu do grupo
de classificação à Libertadores
-está em quinto lugar.
Amanhã, o meia Valdivia deverá ser punido no tribunal pelas agressões aos vascaínos
Alan Kardec e Thiaguinho cometidas no jogo do dia 28 de
outubro. Pode pegar até 1.080
dias de gancho.
Na reapresentação do elenco,
às 9h30, na Academia, o técnico
Caio Jr. voltará a lidar diretamente com Edmundo, recuperado de uma fratura na fíbula
da perna direita.
Após o treinador finalmente
montar uma equipe-base, ele
tem duas opções. Se usar Edmundo, corre o risco de ser criticado por mudar o time há três
rodadas do fim do campeonato.
Caso deixe Edmundo de fora e
não leve o Palmeiras à Libertadores, será execrado por ter
aberto mão do ídolo do clube.
Sem contar que nesta semana o clube começaria a definir o
planejamento de 2008. Caio Jr.
chegou a dizer que, dependendo do que acontecesse contra
Juventude e Sport, a semana
poderia trazer "uma definição",
falando sobre seu próprio contrato, que acaba no final do ano.
Para fugir da pressão, o Palmeiras vai para Jarinu (a 71 km
da capital) no fim de semana.
Mas que não espere sossego.
"A gente ainda está vendo o
que vai fazer, mas isso não vai
passar em branco. Eles vão ter
de classificar para a Libertadores de qualquer jeito", disse o
presidente da Mancha, que
promete protestar com a torcida onde o time estiver.
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