São Paulo, terça-feira, 06 de novembro de 2007

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Palmeiras rompe "script" inicial e leva turbulência para a folga

Derrota no Recife faz torcida rachar com time, que deve se refugiar em Jarinu

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Era para ser um momento de paz, renovação de contratos e euforia pela vaga quase assegurada na Libertadores. Mas deu tudo errado. E os dez dias que separavam os jogos contra Sport e Fluminense viraram um inferno para o Palmeiras.
O martírio começou na madrugada de ontem, ainda no Recife, após a derrota por 3 a 1 para os pernambucanos. Membros da torcida organizada Mancha Alviverde discutiram com os jogadores no aeroporto.
Na versão do presidente da torcida, Jânio Carvalho Santos, que não estava presente no incidente (embarcou mais tarde com o "grosso" da torcida), alguns dos atletas estavam embriagados. Isso teria irritado integrantes da Mancha, que cobraram mais seriedade do elenco após os dois últimos tropeços contra equipes ameaçadas pelo rebaixamento -além do Sport, o time perdeu em casa do Juventude (1 a 0).
Já o Palmeiras, por meio de seus dirigentes, nega que qualquer jogador estivesse bêbado.
"Dentro da sala de embarque não tem nada para ficar bebendo. O que nós vimos foram alguns comprarem Coca-Cola e pão de queijo", afirmou o diretor de futebol Genaro Marino.
O pivô da discussão, em ambas as versões, foi o ala-esquerdo Leandro, que não voltou para São Paulo -o time ganhou dois dias de folga. O atleta, que pegou um avião para o Rio, foi o mais hostilizado pelos torcedores. O atacante Luiz Henrique e o ala Paulo Sérgio, que foram tomar as dores do companheiro, acabaram xingados.
O fato é que o mal-estar com a principal torcida organizada do clube só potencializou o drama do time, que saiu do grupo de classificação à Libertadores -está em quinto lugar.
Amanhã, o meia Valdivia deverá ser punido no tribunal pelas agressões aos vascaínos Alan Kardec e Thiaguinho cometidas no jogo do dia 28 de outubro. Pode pegar até 1.080 dias de gancho.
Na reapresentação do elenco, às 9h30, na Academia, o técnico Caio Jr. voltará a lidar diretamente com Edmundo, recuperado de uma fratura na fíbula da perna direita.
Após o treinador finalmente montar uma equipe-base, ele tem duas opções. Se usar Edmundo, corre o risco de ser criticado por mudar o time há três rodadas do fim do campeonato. Caso deixe Edmundo de fora e não leve o Palmeiras à Libertadores, será execrado por ter aberto mão do ídolo do clube.
Sem contar que nesta semana o clube começaria a definir o planejamento de 2008. Caio Jr. chegou a dizer que, dependendo do que acontecesse contra Juventude e Sport, a semana poderia trazer "uma definição", falando sobre seu próprio contrato, que acaba no final do ano.
Para fugir da pressão, o Palmeiras vai para Jarinu (a 71 km da capital) no fim de semana. Mas que não espere sossego.
"A gente ainda está vendo o que vai fazer, mas isso não vai passar em branco. Eles vão ter de classificar para a Libertadores de qualquer jeito", disse o presidente da Mancha, que promete protestar com a torcida onde o time estiver.


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