São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

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Falta experiência a Fabiana, diz técnico

Repetição de incidente como o de Pequim, quando equipamento se extraviou, não prejudicará atleta no futuro, diz time

Técnico Vitali Petrov, que orienta recordista mundial e veio dar clínicas no país, projeta maturação técnica e psicológica para Londres-12


EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ucraniano Vitali Petrov, técnico da campeã olímpica do salto com vara Ielena Isinbaieva, acredita que a brasileira Fabiana Murer evoluirá até 2012 o suficiente a ponto de eventual repetição do incidente que a prejudicou em Pequim não a afete nos Jogos de Londres.
""Acho que faltou tranqüilidade a ela [Fabiana] e ao Elson [Miranda, técnico de Murer], e um pouco de experiência. Com mais calma, poderiam ter manejado a situação com mais calma. Porém ela perdeu a concentração", analisou ontem Petrov, que há anos colabora com a dupla e veio ao Brasil ministrar clínica a atletas do país.
Esta é a quinta oportunidade em que o ucraniano, que já treinou também o russo Serguei Bubka (dono de 35 recordes no salto com vara), viaja ao Brasil.
Nos Jogos Olímpicos de Pequim, uma das dez varas de Fabiana, 27, desaparecera antes de ela saltar, e a brasileira se desestruturou psicologicamente.
""Nosso projeto é que ela se "realize". Ou seja, alcance um ponto físico e psicológico em que nada a afetará, ou afetará menos na mesma situação [Olimpíada de Londres-2012]."
Dentro dessa mesma linha de pensamento, Miranda oferece outros motivos pelos quais o drama por que passou sua pupila não se repetirá no futuro.
""Hoje a Fabiana usa uma gama de varas com flexibilidades muito distintas por seu estágio técnico atual", argumenta Miranda. ""Mas com mais maturidade, utilizará varas com flexibilidades menos diferentes, então, mesmo que suma uma delas, não fará tanta diferença."
A próxima meta na preparação de Fabiana é estabilizar sua marca em torno de 4,80 m e evitar discrepância entre seus saltos. Sua equipe acredita que nos Jogos de Londres quem atingir a marca de 4,85 m conquistará um lugar no pódio.
Petrov fez uma crítica velada ao calendário do atletismo brasileiro durante anos de Olimpíada. Apontou que Isinbaieva participou de sua primeira competição neste ano em 11 de julho, enquanto Fabiana participou de seu primeiro evento em 5 de maio, o que significa que passou por mais desgaste.
""Li nas entrelinhas o recado do Petrov. Em ano de Olimpíada, ela pode começar a participar do calendário brasileiro mais tarde. Tudo, dentro da legalidade, é válido para conquistar medalha olímpica", diz Sergio Coutinho, diretor do clube de atletismo BM&FBovespa, patrocinador de Fabiana.
Sobre sua outra pupila, a russa Isinbaieva, dona do recorde mundial, Petrov prevê que chegará à marca de ""5,15 m, 5,20 m", e que deve parar depois dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. O último recorde que atleta registrou, na Olimpíada de Pequim, é de 5,05 m.


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