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Sem aperto
Regulamento ajuda pilotos gradalhões e altos, alivia pressão e evita dietas para ficar no limite de peso exigido pela F-1
PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE
Bom para quem é alto, ótimo para quem tem fome. Foi
assim o regulamento da F-1
para a temporada de 2010.
Isso no capítulo sobre o
peso mínimo dos carros, que
deve ser aferido com o piloto
no cockpit. Depois de muitas
queixas e dietas no ano passado -e também pelo controverso Kers, sistema de geração de energia a partir da
ação dos freios, que acabou
não equipando os carros neste ano-, a categoria aumentou em 15 kg esse limite, chegando aos 620 kg.
A FIA, que controla o automobilismo mundial, fez isso
para facilitar a vida dos grandalhões da categoria, que sofriam para entrar no carro e
precisavam lutar contra a balança numa competição em
que a altura média dos pilotos é de 1,74 m e o peso médio
fica próximo dos 65 kg.
A resolução funcionou para dois dos pilotos que mais
fogem do biótipo padrão da
F-1. Mark Webber, 1,85 m e 75
kg, e Robert Kubica, 1,84 m e
72 kg, estão entre os competidores que mais evoluíram
nesta temporada da F-1.
O australiano da Red Bull é
o vice-líder do campeonato
(no ano passado, foi apenas
o quarto colocado). Já o polonês, mesmo correndo hoje
pela mediana Renault, ocupa a sétima posição, contra
um modesto 14º posto na
temporada passada.
O regulamento mais amigável da principal categoria
do automobilismo para os pilotos grandalhões e mais pesados acabou evitando uma
dose extra de sacrifício.
Kubica, por exemplo, conseguiu em uma forte dieta perder quatro quilos. Mas se
arrependeu do emagrecimento e voltou ao peso atual.
"Isso [a perda dos quatro
quilos] teve efeito desfavorável na minha constituição física. Pilotos de F-1 devem ter
força para aguentar uma longa corrida", declarou o polonês, antes do aumento do
peso mínimo na categoria.
"Quando você emagrece,
também perde músculos.
Não queremos ver os pilotos
desmaiando em seus carros", completou Kubica.
PRESSÃO
Webber há muito tempo
precisou se acostumar com a
altura fora dos padrões e a luta contra quilos indesejados.
"A minha altura foi um desafio especialmente nas categorias de acesso à F-1. E eu
acabei me acostumando a ficar com joelhos e ombros roxos depois das corridas", declarou o piloto australiano.
Na intensa luta para controlar seu peso, missão que
admite ser um pesadelo,
Webber praticava até remo.
"Se eu engordar cinco quilos hoje, o meu emprego estará correndo risco. Se ganhar dez quilos, então, estarei fora", falou o australiano.
Durante esta semana em
Interlagos, o vice-líder do
Mundial deu sinais claros de
que o aumento no peso mínimo da combinação carros e
pilotos acabou fazendo bem
para a sua qualidade de vida.
No restaurante que a Red
Bull, sua equipe, montou
atrás dos boxes do autódromo paulista, ele comeu pratos muito bem servidos.
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