São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Sem aperto

Regulamento ajuda pilotos gradalhões e altos, alivia pressão e evita dietas para ficar no limite de peso exigido pela F-1

PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE

Bom para quem é alto, ótimo para quem tem fome. Foi assim o regulamento da F-1 para a temporada de 2010.
Isso no capítulo sobre o peso mínimo dos carros, que deve ser aferido com o piloto no cockpit. Depois de muitas queixas e dietas no ano passado -e também pelo controverso Kers, sistema de geração de energia a partir da ação dos freios, que acabou não equipando os carros neste ano-, a categoria aumentou em 15 kg esse limite, chegando aos 620 kg.
A FIA, que controla o automobilismo mundial, fez isso para facilitar a vida dos grandalhões da categoria, que sofriam para entrar no carro e precisavam lutar contra a balança numa competição em que a altura média dos pilotos é de 1,74 m e o peso médio fica próximo dos 65 kg.
A resolução funcionou para dois dos pilotos que mais fogem do biótipo padrão da F-1. Mark Webber, 1,85 m e 75 kg, e Robert Kubica, 1,84 m e 72 kg, estão entre os competidores que mais evoluíram nesta temporada da F-1.
O australiano da Red Bull é o vice-líder do campeonato (no ano passado, foi apenas o quarto colocado). Já o polonês, mesmo correndo hoje pela mediana Renault, ocupa a sétima posição, contra um modesto 14º posto na temporada passada.
O regulamento mais amigável da principal categoria do automobilismo para os pilotos grandalhões e mais pesados acabou evitando uma dose extra de sacrifício.
Kubica, por exemplo, conseguiu em uma forte dieta perder quatro quilos. Mas se arrependeu do emagrecimento e voltou ao peso atual.
"Isso [a perda dos quatro quilos] teve efeito desfavorável na minha constituição física. Pilotos de F-1 devem ter força para aguentar uma longa corrida", declarou o polonês, antes do aumento do peso mínimo na categoria.
"Quando você emagrece, também perde músculos. Não queremos ver os pilotos desmaiando em seus carros", completou Kubica.

PRESSÃO
Webber há muito tempo precisou se acostumar com a altura fora dos padrões e a luta contra quilos indesejados.
"A minha altura foi um desafio especialmente nas categorias de acesso à F-1. E eu acabei me acostumando a ficar com joelhos e ombros roxos depois das corridas", declarou o piloto australiano.
Na intensa luta para controlar seu peso, missão que admite ser um pesadelo, Webber praticava até remo.
"Se eu engordar cinco quilos hoje, o meu emprego estará correndo risco. Se ganhar dez quilos, então, estarei fora", falou o australiano.
Durante esta semana em Interlagos, o vice-líder do Mundial deu sinais claros de que o aumento no peso mínimo da combinação carros e pilotos acabou fazendo bem para a sua qualidade de vida.
No restaurante que a Red Bull, sua equipe, montou atrás dos boxes do autódromo paulista, ele comeu pratos muito bem servidos.


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