São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2001

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FUTEBOL

Time perde meia-atacante, contundido, ainda no primeiro tempo e cai diante do Atlético-PR, deixando o Brasileiro

São Paulo vê choro de Kaká e é eliminado

RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

Não deu para Kaká, não deu para o São Paulo. Ontem, o time do técnico Nelsinho perdeu por 2 a 1 para o Atlético-PR em Curitiba e está eliminado do Brasileiro.
Com o resultado, o São Paulo perdeu a sua última chance de disputar a Libertadores de 2002 -desde 1994, o clube não disputa o mais importante torneio sul-americano. Já a equipe paranaense voltará a jogar em casa no domingo, só que agora na semifinal.
Durante os primeiros 30 minutos de jogo, o time são-paulino sofreu um bombardeio do Atlético-PR, que perdeu apenas um jogo na Arena da Baixada no campeonato e ontem jogava pelo empate -o regulamento prevê apenas uma partida nas quartas-de-final.
A pressão do time da casa deu resultado aos 28min, quando Kléber recebeu livre e chutou rasteiro, com força, após uma falha da defesa são-paulina, que não conseguiu tirar a bola da área.
O bombardeio paranaense incluiu faltas duras. Kaká, uma das sensações do campeonato, sofreu entrada violenta por trás de Cocito e, com dores no tornozelo esquerdo, deixou o campo no primeiro tempo. Chorando, tentou duas vezes continuar na partida, mas caiu no gramado e saiu de maca -carregava uma camisa por baixo do uniforme são-paulino com a mensagem ""Deus é fiel".
Leonardo, que está sem ritmo de jogo -pediu para deixar o time-, entrou em seu lugar. No final da primeira etapa, o meia cobrou uma falta com força e obrigou o goleiro Flávio a fazer grande defesa. No rebote, Júlio Baptista perdeu a chance de igualar o marcador, de cabeça, com o gol livre.
No segundo tempo, o Atlético-PR recuou e passou a explorar contra-ataques. O São Paulo manteve por mais tempo a posse de bola, o que não conseguiu na etapa inicial. Assim, criou boas chances para empatar.
Um ex-são-paulino praticamente decretou a igualdade no placar. O zagueiro Nem, dispensado do São Paulo em 1998 quando Nelsinho era técnico da equipe, cometeu pênalti no lateral-esquerdo Gustavo Nery.
O meia Adriano, que deu passe de calcanhar para Gustavo Nery no lance do pênalti, cobrou com força e fez 1 a 1 -França, se batesse e fizesse o gol, seria isolado o quarto maior artilheiro do clube.
Depois do empate, o São Paulo diminuiu o ritmo. O Atlético-PR, empurrado por sua torcida, voltou a forçar no ataque, mas seus jogadores mostravam nervosismo na hora da finalização.
Dill, que substituiu Luis Fabiano, suspenso, pouco aparecia no jogo e, quando recebia a bola, não acertava o contra-ataque.
Após uma boa trama no ataque e um rebote do goleiro Rogério, Alex Mineiro voltou a deixar o time paranaense na frente.
Com menos de sete minutos para o final da partida, o técnico Nelsinho apostou no atacante Sandro Hiroshi, cujo nome sempre é pedido pelos torcedores são-paulinos. A alteração, porém, pouco afetou taticamente o time, pois o treinador tirou Dill e deixou a equipe com dois atacantes.
França teve a última chance são-paulina já nos acréscimos. Após uma cobrança de falta, que contou com a presença até do goleiro Rogério na área adversária, a defesa paranaense rebateu mal, e o atacante chutou por cima do gol.
O jogo pode ter sido o último de França no clube -ele está sendo negociado com o futebol alemão.
Além dele, Leonardo também não deve mais defender a equipe.
Após o jogo, Nem aproveitou a oportunidade para provocar Nelsinho, seu antigo desafeto.
""Não tenho nada contra o São Paulo. Foi o clube que me projetou. Todos os jogadores são meus amigos. Mas ele [o técnico Nelsinho" não quis ficar comigo. Está aí. Estou entre os quatro melhores do Brasil", disse o zagueiro.
Já o técnico, irritado, limitou-se a dizer que ainda não sabia se continuará no time do Morumbi.


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