São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

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Especialista

Dono de quatro títulos brasileiros em cinco anos, Muricy Ramalho , que recusou a seleção depois da Copa do Mundo, é o treinador que mais pontuou na era pontos corridos

DO ENVIADO A GOIÂNIA

Muricy Ramalho é o nome mais vitorioso da ainda curta era dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro.
Campeão nacional pela quarta vez em cinco temporadas, o técnico do Fluminense acumula nos últimos oito anos resultados incomparáveis com qualquer outro treinador do país.
Não à toa, é o treinador que mais somou pontos desde 2003, ano de implantação do formato atual do torneio. E tem ampliado sua folga na liderança deste ranking.
Segundo números do Datafolha, o homem que levou o Fluminense ao seu segundo título brasileiro somou 545 pontos nos últimos oito anos. O segundo neste ranking é Vanderlei Luxemburgo, hoje técnico do Flamengo, que marcou 453.
A vantagem está crescendo. Antes do início do Brasileiro, era de 56 pontos. Agora, pulou para 92.
A regularidade de Muricy nos últimos anos impressiona. Desde 2005, ele sempre chega à última rodada do Brasileiro em condições de levantar o troféu.
Cumpriu o objetivo em quatro oportunidades. Com o São Paulo, clube ao qual ainda tem a imagem bastante vinculada, foi tricampeão legítimo (2006 a 2008).
Um ano antes do início desta série, ficou no quase.
O Inter por ele dirigido liderava o Brasileiro até a anulação de 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho. As partidas dirigidas pelo ex- -árbitro, que admitiu ter recebido dinheiro para manipular resultados, foram disputadas novamente.
Os novos placares puseram o Corinthians, o campeão daquele ano, na ponta -os gaúchos foram vice.
No ano passado, Muricy viveu seu maior fracasso. Falhou pelo quarto ano consecutivo em levar o São Paulo ao título da Libertadores e foi demitido. Acabou contratado pelo Palmeiras, onde desperdiçou a chance de ser tetra do Brasileiro.
O time foi líder durante boa parte da competição, mas acumulou uma série de resultados negativos na reta final do torneio e terminou até mesmo fora da zona de classificação para a Libertadores -foi o quinto.
A derrapada não fui suficiente para derrubá-lo, mas o deixou frágil dentro do clube e diante da torcida. Na primeira crise de 2010, não resistiu e foi dispensado.
E então, surgiu a oportunidade de dirigir o Fluminense, clube turbinado pelo dinheiro da patrocinadora Unimed e que conta no elenco com Conca, meia argentino por quem Muricy Ramalho nunca escondeu sua admiração.
Foi convidado para assumir a seleção brasileira depois da Copa, mas seu novo clube não o liberou.
Técnico pela primeira vez no Rio, Muricy mudou. Trocou o habitual mau humor por sorrisos (discretos) e deixou de lado a agressividade durante as entrevistas.
Antes de se transformar no treinador mais vitorioso da era dos pontos corridos do Brasileiro, Muricy tinha outra especialidade: Estaduais.
Conquistou cinco títulos consecutivos. Em 2001 e 2002, foi campeão pernambucano pelo Náutico. No Rio Grande do Sul, foram dois títulos com o Inter, em 2003 e 2005. Em 2004, levantou a taça paulista com o surpreendente São Caetano.
Mas Muricy passou a priorizar outros torneios depois que desembarcou no São Paulo, clube onde construiu sua imagem de multicampeão brasileiro, reforçada no Fluminense. (RAFAEL REIS)


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