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POLÍTICA
José Otávio Germano deixa órgão que tem meta de fomentar esporte para ser vice-presidente do clube gaúcho
Grêmio "rouba" do governo o chefe da secretaria esportiva
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário Nacional dos Esportes, o gaúcho José Otávio Germano, 38, deixa o cargo nos próximos dias para se dedicar às atividades de vice-presidente do
Grêmio, clube no qual já vinha
ocupando o posto de conselheiro.
Segundo assessores da secretaria, que cita ""motivos particulares" para justificar a decisão de
Germano, ele teria comunicado
sua intenção de abandonar o posto no final de dezembro, ""no dia
23 ou 24, na véspera do Natal".
O convite para ocupar o cargo
de vice do Grêmio, que exigiria
sua presença permanente no Rio
Grande do Sul, teria acontecido
""às vésperas do Ano Novo".
No dia 22 do mês passado, entretanto, Germano já havia sido
anunciado como vice do Grêmio.
A imprensa local também noticiou que a contratação do treinador Tite, logo nos primeiros dias
do ano, havia ocorrido por meio
de sua indicação.
Na última semana, Germano
não esteve em seu gabinete em
Brasília pois acompanhou cirurgia de seu pai, mas deve retornar
para preparar a passagem do cargo para o seu substituto.
A Secretaria Nacional dos Esportes foi criada com o objetivo
de substituir o Indesp (Instituto
Nacional de Desenvolvimento do
Desporto), extinto em outubro.
A entidade é integrada por três
órgãos, a Câmara Setorial dos Esportes, a Comissão Nacional dos
Atletas e o Conselho Nacional do
Esporte, que juntos têm como objetivo principal fomentar a interatividade entre esportistas, treinadores, dirigentes e governo.
Desde o início, a condição de
Germano à frente da secretaria
sofreu diversas mudanças.
Inicialmente, havia sido definido que Germano, que acumulava
a secretaria executiva do Ministério do Esporte e Turismo, ficaria à
frente da Secretaria Nacional dos
Esportes de maneira provisória.
Sua função inicial, com prazo
até o fim de 2000, era só colocar o
órgão em funcionamento.
Posteriormente, no início de dezembro, Germano tomou posse
de maneira definitiva com a publicação no ""Diário Oficial". Agora, Germano alega que deixou o
cargo por causa das filhas, que ficaram no Rio Grande do Sul, e do
estado de saúde de seu pai.
O político passou cerca de seis
meses em Brasília, computadas
suas passagens nos dois cargos.
O ministro dos Esportes e Turismo, Carlos Melles, ainda não
definiu quem será o sucessor de
Germano à frente da entidade.
A Folha apurou junto a fonte ligada ao ministério que o nome do
iatista niteroiense Lars Grael, medalhista olímpico que coordena
as reuniões da câmara setorial da
secretaria nacional, seria o mais
cotado para o cargo.
Antes de anunciar sua decisão,
no entanto, o ministro Melles deve realizar uma consulta junto a
seu partido, o PFL.
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