São Paulo, domingo, 07 de janeiro de 2001

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POLÍTICA
José Otávio Germano deixa órgão que tem meta de fomentar esporte para ser vice-presidente do clube gaúcho
Grêmio "rouba" do governo o chefe da secretaria esportiva

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário Nacional dos Esportes, o gaúcho José Otávio Germano, 38, deixa o cargo nos próximos dias para se dedicar às atividades de vice-presidente do Grêmio, clube no qual já vinha ocupando o posto de conselheiro.
Segundo assessores da secretaria, que cita ""motivos particulares" para justificar a decisão de Germano, ele teria comunicado sua intenção de abandonar o posto no final de dezembro, ""no dia 23 ou 24, na véspera do Natal".
O convite para ocupar o cargo de vice do Grêmio, que exigiria sua presença permanente no Rio Grande do Sul, teria acontecido ""às vésperas do Ano Novo".
No dia 22 do mês passado, entretanto, Germano já havia sido anunciado como vice do Grêmio.
A imprensa local também noticiou que a contratação do treinador Tite, logo nos primeiros dias do ano, havia ocorrido por meio de sua indicação.
Na última semana, Germano não esteve em seu gabinete em Brasília pois acompanhou cirurgia de seu pai, mas deve retornar para preparar a passagem do cargo para o seu substituto.
A Secretaria Nacional dos Esportes foi criada com o objetivo de substituir o Indesp (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto), extinto em outubro.
A entidade é integrada por três órgãos, a Câmara Setorial dos Esportes, a Comissão Nacional dos Atletas e o Conselho Nacional do Esporte, que juntos têm como objetivo principal fomentar a interatividade entre esportistas, treinadores, dirigentes e governo.
Desde o início, a condição de Germano à frente da secretaria sofreu diversas mudanças.
Inicialmente, havia sido definido que Germano, que acumulava a secretaria executiva do Ministério do Esporte e Turismo, ficaria à frente da Secretaria Nacional dos Esportes de maneira provisória.
Sua função inicial, com prazo até o fim de 2000, era só colocar o órgão em funcionamento.
Posteriormente, no início de dezembro, Germano tomou posse de maneira definitiva com a publicação no ""Diário Oficial". Agora, Germano alega que deixou o cargo por causa das filhas, que ficaram no Rio Grande do Sul, e do estado de saúde de seu pai.
O político passou cerca de seis meses em Brasília, computadas suas passagens nos dois cargos.
O ministro dos Esportes e Turismo, Carlos Melles, ainda não definiu quem será o sucessor de Germano à frente da entidade.
A Folha apurou junto a fonte ligada ao ministério que o nome do iatista niteroiense Lars Grael, medalhista olímpico que coordena as reuniões da câmara setorial da secretaria nacional, seria o mais cotado para o cargo.
Antes de anunciar sua decisão, no entanto, o ministro Melles deve realizar uma consulta junto a seu partido, o PFL.


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