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FUTEBOL
Novo produto, testado pelo irmão de Kaká, inova por trazer cavidades
"Furada", bola do Paulista
busca inspiração no golfe
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A bola que será usada no Campeonato Paulista deste ano está
cheia de furos. Nada que impeça a
disputa em campo. Os furos, na
verdade, são a grande inovação da
bola, desenvolvida pela Penalty
com o apoio de Turíbio Leite de
Barros Neto, 51, fisiologista do
São Paulo e coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp).
Inspirada na bola de golfe, que
possui várias pequenas cavidades,
a bola do Paulista ganhou selo de
aprovação da Fifa. Até agora, porém, o único atleta que pode julgar a qualidade do produto é Rodrigo (Digão), 17, irmão de Kaká
que está nas categorias de base do
São Paulo. Ele participou dos testes de campo com a nova bola.
"Queríamos fazer uma inovação grande. Normalmente, todas
as bolas trazem mudanças internas. Fora da bola, não se vê nada
novo. O Farah [Eduardo José, presidente da Federação Paulista de
Futebol] queria uma coisa inovadora. Ele foi um dos incentivadores e adorou a bola", disse Roberto Estefano, 54, diretor-presidente da Cambuci, que é dona da
marca Penalty e parceira da FPF.
Os furos na bola são tecnicamente chamados de "dimples". Esses
deixam a bola com menor resistência ao ar. Batizada de "Precision" por supostamente garantir
uma trajetória perfeita, foi gerada
após quase nove meses de testes.
"Participei dos testes. Em todos
a bola com as depressões apresentou resultados melhores do
que os com a bola lisa. Foi concebido um programa de computador para os testes. Digitalizamos a
trajetória da bola, que era lançada
por uma máquina japonesa. Ela
era filmada em três ângulos. Assim, foi provado que essa bola é
mais precisa que o modelo convencional", disse Turíbio.
O fisiologista são-paulino, em
uma segunda bateria de testes, levou Digão e um jovem goleiro para experimentar a bola. "Precisávamos testar também com um
atleta chutando a bola. Acho que
vai ser um salto de qualidade. É
tão raro ter mudança no futebol.
Pegar a idéia da bola de golfe, um
esporte de precisão, e levá-la ao
futebol, tão cheio de variáveis, foi
uma boa", disse Turíbio.
A nova bola não será exclusividade do Paulista. Os Estaduais do
Rio de Janeiro, do Paraná e do
Rio Grande do Sul também terão
a novidade -tais Estados conhecerão a bola na semana que vem.
Segundo Sergio Perrella, 25, gerente de produtos da Penalty, a
nova bola da empresa tem cerca
de mil pequenos furos. "Não contamos ainda, mas ela tem uns mil
furos. O número de furos nas bolas de golfe varia de 200 a 300."
A bola lisa de 12 gomos da Penalty recebeu críticas de alguns
jogadores, especialmente goleiros, como o palmeirense Marcos,
por "flutuar" em alguns chutes.
A nova bola, segundo a empresa, também passou por teste de
"flutuação" e não deverá desapontar os atletas, que ainda não
tiveram contato com o produto.
Digão diz que ela é mais rápida.
"É mais leve, mais precisa e pega
mais velocidade. Testei várias bolas e, para mim, ela é melhor. Foi
um privilégio testar a bola que os
profissionais usarão. Acho que
muito atleta queria fazer isso",
disse o zagueiro, cujo irmão famoso ainda não viu a cor da bola.
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