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São Paulo, quinta, 7 de janeiro de 1999
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Texto Anterior | Próximo Texto | Índice AUTOMOBILISMO Equipe BAR, do brasileiro Ricardo Zonta, desafia regulamento ao lançar carros com pinturas diferentes Nova equipe tumultua F-1 com cores
das agências internacionais Pelo menos no lançamento de seus carros, a BAR, a mais nova equipe da F-1, alcançou o sucesso. Desafiando as regras da FIA, apresentou ontem sua dupla de pilotos, Jacques Villeneuve e Ricardo Zonta, e seus dois primeiros chassis, batizados de BAR Supertec 01, portando cores diferentes. Financiada pela British American Tobacco, gigante do setor de cigarros que comprou a Tyrrell no início do ano passado, a BAR manteve a promessa de se lançar na categoria de forma diferenciada. Villeneuve, canadense, campeão mundial de 1997 com a Williams, entrará na pista sob o patrocínio da Lucky Strike, uma das diversas marcas de cigarros da companhia. Zonta, considerado o mais promissor piloto brasileiro da atualidade, estreará na F-1 sob as cores de outra marca da empresa, a 555. A novidade, sem par na história moderna da categoria, mas comum, por exemplo, na Indy, vem encontrando resistência da FIA, a entidade máxima do automobilismo, desde que foi revelada, há alguns meses, por Craig Pollock, principal executivo do time. No final de dezembro, a situação se tornou insustentável. Alegando estar sofrendo restrições nos direitos comerciais de seu time, Pollock anunciou que entraria na Justiça contra a FIA caso fosse impedido de correr com carros diferentes. A situação pode ganhar um ponto final já hoje, em Paris, onde uma comissão de três pessoas decidirá a questão conforme determinação da própria FIA, que aparentemente preferiu evitar os tribunais. Cada uma das partes terá um representante, sendo que o terceiro elemento do grupo será "neutro", sem interesse no impasse. Caso seja aprovada a novidade, será difícil acreditar que a polêmica não passou de pura promoção. "Esperamos que isso fique decidido amanhã (hoje)", afirmou Pollock, ontem, durante o lançamento, promovido na sede da equipe, construída em apenas um ano, nas proximidades de Silverstone, circuito que abriga o GP da Inglaterra, na região central do país. Um complexo de três andares, que abriga exatos 202 funcionários, e conta, segundo Pollock, "com tudo que é necessário para um time de ponta da F-1 operar de forma quase independente". De fato, estrutura não deve faltar para a BAR em seu ano de estréia. Além do suporte da British American Tobacco, fechou no início da semana um contrato de cinco anos com a Teleglobe, empresa canadense de comunicações. Valores não foram divulgados, mas estima-se que o total alcance US$ 110 milhões, soma que libera a equipe de seu principal gasto no período, o fornecimento dos motores Supertec, os atuais Mecachromes, que equiparam Williams e Benetton em 1998, mas com supervisão da vencedora Renault. Flavio Briatore, ex-dirigente da Benetton que comercializa a nova família de motores, presente ao evento, foi enfático, como de costume. "A BAR vencerá sua primeira corrida na F-1." A frase é alusiva ao fato de a Reynard -empresa que, entre outras conquistas, abocanhou os três últimos títulos da Indy-, responsável pelos chassis da BAR, sempre ter vencido nas corridas de estréia das categorias de que participou. Adrian Reynard, proprietário da empresa e também diretor técnico da nova equipe, optou por uma saída elegante ao reconhecer que a escrita dificilmente será mantida. "Na verdade, esse carro não é um Reynard. É um BAR", disse. Malcom Oastler, o projetista do carro, também procurou ser político. "O objetivo de qualquer equipe é ganhar corridas. E é com essa intenção que iremos encarar nosso primeiro GP, na Austrália." O novo carro deve entrar em teste de pista nos próximos dias 13, 14 e 15, em Barcelona. Um segundo teste está marcado para Jerez, entre os dias 23 e 25. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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