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São Paulo, sexta-feira, 07 de fevereiro de 2003

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Com Guga e Sá como titulares, país estréia hoje no carpete sueco, piso no qual nunca teve sucesso

Brasil desafia passado na Davis

Marcelo Ruschel/Poa Press
Guga, que abre o duelo Brasil x Suécia hoje, diante de Andreas Vinciguerra, rebate em Helsinborg



Em 9 confrontos fora de casa nos últimos 22 anos, equipe brasileira só ganhou uma vez


FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A HELSINBORG

O Brasil enfrenta a Suécia, a partir de hoje, em Helsinborg, na primeira rodada do Grupo Mundial da Copa Davis tentando provar que não é uma ameaça somente em condições favoráveis.
O confronto com os suecos acontece em quadra coberta, no carpete, condições nas quais o Brasil nunca venceu desde a introdução do Grupo Mundial, a elite da principal competição entre países do tênis, em 1981.
Nesse período, o Brasil disputou nove confrontos fora de casa e só saiu vitorioso em uma ocasião.
Na primeira rodada de 1999, os brasileiros derrotaram a Espanha, que na época contava com dois tenistas top ten, em jogos no saibro.
Contra Gustavo Kuerten, um dos melhores do mundo na superfície, os oponentes do Brasil na Davis procuram fugir da terra batida quando têm o privilégio de escolher o tipo de quadra.
As melhores campanhas do país no Grupo Mundial aconteceram em 1992 e 2000, quando conseguiu alcançar as semifinais.
Nas duas vezes, a equipe venceu os dois primeiros confrontos em casa e no saibro. Quando saiu do país e da terra batida, não tive chance. Em 1992, os suíços marcaram 5 a 0 no carpete e, em 2000, já com Guga no time, os australianos obtiveram o mesmo placar.
Agora, o principal jogador brasileiro aposta na experiência para tentar mudar as estatísticas.
"Na primeira vez que jogamos no carpete, contra a França [em 1999", tivemos chance [os rivais venceram por 3 a 2". Contra a Austrália, na grama, foi realmente muito difícil", afirmou Guga.
"O importante é que tudo isso nos deu a experiência que agora pode se transformar na vitória."
Para Guga, jogar fora de casa e num piso rápido já não é mais novidade. "A gente sabia que teria que jogar no carpete. Além disso, nos adaptamos muito bem" disse Guga, que, junto com a equipe, chegou a Helsinborg no domingo.
Os brasileiros acham também que a quadra montada para o confronto no ginásio Idrottens Hus não está muito rápida.
A condição atual dos adversários também pode ajudar o Brasil.
O capitão, Mats Wilander, não pôde chamar Thomas Johansson, campeão do Aberto da Austrália-2002, por causa de uma contusão.
E anteontem, no treino, teoricamente seu melhor tenista, Thomas Enqvist, sentiu a coxa esquerda e também ficou fora.
Com isso, Wilander escalou Jonas Bjorkman e Andreas Vinciguerra para os jogos de simples.
E é Vinciguerra, 21, quem abre o duelo contra Guga. O sueco já o enfrentou duas vezes -perdeu ambas- e só participou de dois confrontos na Davis: duas vitórias e uma derrota em simples.
Guga disse que a substituição de Enqvist por Vinciguerra é boa.
"Com o Enqvist, eu teria pouca chance de trocar bola. Ele iria sacar e volear. Com o Vinci, poderei errar mais", disse ele, que ontem faria treinos específicos para pegar o rival, que é canhoto. "São táticas diferentes. É como mudar da água para o vinho", completou.
Para o capitão brasileiro, Ricardo Acioly, a escalação de Vinciguerra era esperada. "O [Magnus] Larsson é peça importante nas duplas e dificilmente teria físico para jogar simples também".

NA TV - Suécia x Brasil, ao vivo, às 13h, na Sportv


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