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AUTOMOBILISMO
Maioria das equipes deve usar estratégia conservadora na estréia do novo regulamento da categoria
Pela 1ª vez, F-1 treina com meio tanque
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE
Pela primeira vez em seus 53
anos de história, a F-1 disputará
um treino oficial com meio tanque. Será na próxima madrugada,
a partir da 0h (de Brasília), na sessão que define o grid para o GP da
Austrália, abertura do Mundial.
Segundo a Folha apurou, será
essa a estratégia da maioria maciça das equipes. Uma opção conservadora diante de um novo regulamento cujos resultados ainda
são obscuros, desconhecidos.
Pela nova regra, os times estão
proibidos de abastecer os carros
após o treino oficial. Assim, terão
que largar no domingo com a
quantidade de combustível com
que terminarem a classificação.
O objetivo da FIA foi criar uma
variável a mais para a F-1. Em tese,
um piloto de uma equipe média
pode treinar com o tanque vazio,
superar uma Ferrari mais pesada,
com meio tanque, e sair na frente.
Em contrapartida, sua corrida
ficará prejudicada porque terá
que parar nos boxes logo nas primeiras voltas para reabastecer.
Na média, os tanques dos carros
de F-1 têm capacidade para 120 kg
de gasolina (cerca de 150 litros). A
idéia dominante em Melbourne é
treinar com 50 kg a 60 kg.
Como, na Austrália, o consumo
médio é de 2,5 kg por volta, os carros terão que parar nos boxes
mais ou menos na 20ª volta. Portanto, num GP de 58 voltas, a
maioria dos pilotos fará dois pits.
No ano passado, a estratégia-base foi de um pit stop. Michael
Schumacher e Juan Pablo Montoya, primeiro e segundo no GP, pararam, respectivamente, na 38ª e
37ª voltas. Para manter esse plano, uma equipe teria que ousar,
participando do treino oficial
com cerca de 75 kg. É muito improvável que alguém o faça.
O treino pré-classificatório, que
definiu a ordem de entrada dos
pilotos na sessão oficial, ocorreu
hoje de madrugada.
De 1950, quando surgiu a F-1,
até o ano passado, nunca houve a
proibição ao reabastecimento
após a sessão oficial. Os times
sempre treinaram com tanque vazio, com gasolina suficiente para
apenas duas ou três voltas.
Como se não bastasse tanta novidade, um fator externo pode
embaralhar ainda mais as cartas:
a meteorologia prevê chuva na
definição do grid e na corrida.
Se começar a chover durante o
treino, são boas as chances de
uma zebra na pole position. Afinal, os pilotos mais lentos já terão
marcado seus tempos. E a chuva
apanhará só os mais rápidos.
No meio de tantas variáveis, porém, há quem acredite que nada
vai mudar. Como Frank Williams, um dos maiores críticos ao
novo regulamento. "Com apenas
uma volta lançada, a pressão aumentará. Quanto melhor for o piloto, melhor ele lidará com isso."
Idealizador do novo regulamento, Max Mosley, presidente
da FIA, estará distante de tudo isso. Ele cancelou a viagem para
Melbourne. Vai acompanhar os
resultados da revolução pela TV.
Com os dedos cruzados.
NA TV - Treino oficial do GP da
Austrália; Globo, ao vivo, à 0h
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