Neste ano, time, que pega Noroeste, tem o pior desempenho em casa desde 92

Para técnico e jogadores, tipo de gramado do Parque Antarctica, que é diferente do que há no CT, dificulta melhor performance do time

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Embalado pela vitória contra o Corinthians, que ainda surte efeitos positivos, o Palmeiras volta hoje a atuar na sua casa. Mas o Parque Antarctica, local do confronto com o Noroeste, às 21h45, tem sido pouco acolhedor para a equipe.
O aproveitamento palmeirense como mandante neste início de temporada tem sido o pior dos últimos 14 anos.
Sem vencer em casa desde o dia 25 de janeiro -1 a 0 sobre o Santo André-, o Palmeiras conquistou 9 dos 15 pontos disputados como mandante, com somente dois triunfos.
A última vez em que teve uma performance inicial tão ruim foi no derradeiro ano do jejum de 17 anos sem conquistar títulos. Em 1992, sem a co-gestão com a Parmalat, o Palmeiras obteve 12 pontos nos seis primeiros jogos -marca que será igualada em caso de um triunfo contra o Noroeste.
Nas temporadas seguintes, incluindo 2002, ano do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, os palmeirenses tiveram arrancadas com pelo menos quatro vitórias como mandantes nos seis primeiros jogos.
O mau desempenho alviverde em seus domínios pode ser reflexo da falta de paciência que sua torcida mostra em casa. Nos últimos três empates seguidos como mandante -dois no Parque Antarctica e um no Pacaembu-, o time foi apupado por seus próprios torcedores, que chegaram até a pedir a saída do técnico Caio Júnior por causa dos tropeços.
Para os atletas e também para o treinador, um triunfo em casa hoje será crucial. Não apenas por se tratar de um jogo contra um adversário direto por vaga nas semifinais (o Noroeste é o quarto colocado com 21 pontos, dois a mais que o Palmeiras), mas também para convencer a torcida de que o time pode ser regular.
"Espero entrarmos bem soltos no Parque para fazer uma apresentação igual à que tivemos contra o Corinthians. A torcida espera um grande espetáculo", diz o volante Francis. "Para chegar à classificação temos que matar estes dois jogos em casa", completa, lembrando do próximo duelo pelo Paulista, contra o Juventus.
O volante afirma que há até uma certa apreensão entre os atletas em manter o mesmo desempenho do que o time teve contra no clássico. "Alguns levam uma certa preocupação de mostrar o mesmo futebol."
Caio Júnior diz que sua equipe ainda precisa aprender a atuar como mandante, sobretudo no Parque Antarctica. "Temos um gramado que não permite um jogo em velocidade. Temos que aprender a jogar aqui", afirma o técnico, que ontem levou o time para treinar no estádio, em vez do CT, para que os jogadores pudessem se acostumar com o tipo do grama. "O que temos no CT é diferente deste do Parque Antarctica. Se houver chance seria interessante deixá-los iguais."