São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Conta cresce também pelo jogo político

DA SUCURSAL DO RIO

Os cariocas têm visto nas ruas outdoors com o anúncio: "A Prefeitura do Rio está investindo R$ 2 bilhões para fazer do Rio a Capital do Esporte".
O número oficial da contribuição do Município para o Pan, contudo, é bem menor, R$ 1,2 bilhão. Foi definido em compromisso com a União e o Estado no mês passado.
O prefeito Cesar Maia (PFL) joga luz no que ocorre, uma disputa pela condição de protagonista político do Pan. "Há uma espécie de competição sobre quem gasta mais, para sair bem na foto."
O secretário estadual de Esporte, Eduardo Paes (PSDB), um ex-aliado hoje distante do prefeito, concorda: "Há guerra de números. O orçamento correto é inferior a R$ 3 bi".
Sobre a declaração do prefeito, o ministro do Esporte, Orlando Silva, diz com diplomacia: "Cesar Maia é importante parceiro na realização dos Jogos". Mas diz, com razão, que "o governo federal assumiu [...] uma série de compromissos originalmente sob a responsabilidade de outros entes".
Ruy Cezar, secretário municipal para o Pan, sustenta as cifras divergentes. R$ 1,2 bilhão seria "custo direto". Os outros R$ 800 milhões se referem a "valores produzidos pelas leis que aumentaram o gabarito" para a região dos prédios que abrigarão os atletas, "salários dos servidores da prefeitura envolvidos na operação Pan 2007" e "custos indiretos".
Ruy Cezar e o prefeito dizem que o governo federal vitamina sua performance ao incluir investimentos que contemplariam -na opinião deles- o Rio de qualquer modo.
Na conta de R$ 1,5 bilhão da União, há itens como a ampliação do aeroporto Santos Dumont (R$ 165 milhões), obra cuja necessidade é controversa.
Por outro lado, pouco se sabe sobre os gastos de estatais com publicidade relativa aos Jogos.
Hoje o presidente Lula estará no Maracanã para liberar R$ 100 milhões -já incluídos na fatura geral- para o Pan.0 (MM E SR)


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