DA REPORTAGEM LOCAL

Washington, chamado de "caneleiro" carinhosamente por alguns são-paulinos e raivosamente por outros, tem números interessantes no que se refere à finalização, fundamento que o sustenta no time e pelo qual tem sido muito cobrado.
Hoje, o camisa 9 tentará reencontrar o caminho das redes, pois contra Oeste, Once Caldas e Palmeiras seu faro artilheiro não funcionou e gols importantes foram perdidos.
Washington, segundo o Datafolha, faz um gol nesta temporada a cada 5,5 finalizações. Com isso, é o 17º jogador do Paulista com a melhor relação finalização/gol. Ronaldo, principal nome corintiano e especialista em conclusões, fez neste ano só um gol e arriscou 11 vezes para conseguir seu tento.
Assim, em 2010, apesar das críticas e das piadas que gera por não ser refinado tecnicamente, Washington pode se gabar por ter o dobro da eficácia do maior artilheiro das Copas.
"Tem dia em que a bola teima em não entrar", foi a frase de Washington após o 0 a 0 sofrível de quarta-feira com o Oeste, quando ele desperdiçou duas chances claras para marcar.
Na Colômbia, o São Paulo sofreu o segundo gol do Once Caldas segundos depois de Washington falhar numa conclusão na cara do goleiro adversário.
Os números dele no ano, porém, apontam uma precisão maior que a do palmeirense Diego Souza (6,2 finalizações para fazer um gol) e que as dos santistas Paulo Henrique Ganso e Robinho (ambos precisam de 5,8 finalizações, em média, para balançar as redes).
Quem tem a melhor média nesse quesito, de longe, é um companheiro de Washington: Fernandinho, que soma quatro gols em cinco finalizações. Mas ele passou em branco na última rodada e hoje é dúvida por conta de dores na coxa direita.
Dagoberto, outro atacante são-paulino, também sente desconforto e poderá descansar por causa do jogo contra o Nacional do Paraguai, fora, pela Libertadores, na quinta-feira.
Sem Miranda, Cléber Santana e Wellington suspensos, o técnico Ricardo Gomes, que volta hoje ao banco após um problema de saúde, mais uma vez vai usar uma formação bem diferente de uma partida para a outra. "Se descartássemos o Paulista, seria mais fácil, mas existe um respeito à torcida", disse ele, que justifica o futebol ruim da equipe pela "maratona" de jogos e viagens. (RBU)