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São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2003

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Na hora da festa, 3º colocado era levado para centro médico

"Homem-gelo", Raikkonen lidera pódio incompleto

Dario Lopez-Mills/Associated Press
O líder do Mundial, o finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, celebra sua vitória no GP Brasil, seu segundo triunfo na temporada


DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2000, ele não imaginava chegar à F-1. Em 2001, com apenas 19 corridas de monopostos no currículo, correu em Interlagos pela Sauber. Em 2002, participou da etapa brasileira ao volante de um McLaren. Ontem, sacramentou sua trajetória meteórica.
Kimi-Matias Raikkonen, 23, venceu o GP Brasil, terceira etapa do Mundial. Foi sua segunda vitória consecutiva e o terceiro pódio da temporada. Hoje, ele lidera o campeonato com 26 pontos, 11 de vantagem sobre o companheiro de equipe, David Coulthard.
E, para quem declarou à Folha, sexta-feira, que não quer ser mais popular, o resultado foi perfeito.
Apelidado na F-1 de "Iceman" (em inglês, homem-gelo) por sua frieza, Raikkonen liderou o pódio mais chocho dos últimos tempos, o menos festivo desde o GP da Itália de 2001, cinco dias após os atentados contra os EUA.
A começar pelo número de participantes: apenas dois. Terceiro colocado, Fernando Alonso estava sendo levado para o centro médico do circuito quando o hino finlandês era executado.
Mais um dos incidentes do GP que, de uma certa forma, construíram a vitória de Raikkonen.
Saindo na quarta colocação, o finlandês ultrapassou o Jaguar de Mark Webber logo na largada. Na volta seguinte, superou Rubens Barrichello. A liderança veio na 11ª volta, com uma manobra arrojada sobre Coulthard.
A partir de então, Raikkonen contou com a sorte. Na 19ª volta, quando o safety car voltou para a pista devido à batida entre Ralph Firman e Olivier Panis, o piloto da McLaren foi o único a não entrar nos boxes para fazer o pit.
Quem acompanhava a corrida de fora, imaginou que suas chances estavam encerradas ali.
No entanto, quando estava no limite do combustível, oito voltas depois, foi ajudado pelo acidente de Michael Schumacher na curva 3. Com novo safety car, ele pôde entrar nos boxes, reabastecer e retornar à pista sem perder contato com o pelotão da frente.
Foi a vez de voltar a mostrar agressividade. Assim que a disputa foi reiniciada, o finlandês recomeçou a atacar quem estava à sua frente. Bateu Giancarlo Fisichella, Jos Verstappen, Alonso, Ralf Schumacher e ainda ganhou posições com alguns abandonos.
Quando Barrichello deixou a prova, Raikkonen passou à segunda posição, atrás de Coulthard. No entanto, não tinha gasolina suficiente para ir até o final e ainda precisava de mais um pit.
Quando Coulthard parou para reabastecer, na 52ª volta, nem Raikkonen imaginava a vitória. Afinal, entraria nos boxes na sequência e, fatalmente, voltaria à pista mais uma vez atrás de escocês, na melhor das hipóteses.
Antes que isso ocorresse, porém, Alonso colheu uma roda de Mark Webber, que acabara de se acidentar, e bateu no muro, que causou o fim prematuro do GP.
Quase que simultaneamente, Fisichella superava Raikkonen. Como, nesse caso, o regulamento manda seguir a ordem de duas voltas antes, essa ultrapassagem foi "anulada". O finlandês venceu.
"Depois de tanto azar que tive em algumas provas do ano passado, agora estou experimentando o contrário", afirmou Raikkonen. "O Fisichella me passou e eu estava me preparando para entrar nos boxes quando a equipe me avisou pelo rádio que a corrida havia sido interrompida." (FÁBIO SEIXAS E JOSÉ HENRIQUE MARIANTE)


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