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Piloto do safety car vira estrela
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele liderou o GP Brasil por 21
voltas, atrás apenas de David
Coulthard, da McLaren, que ficou
na frente por 26 voltas -o vencedor, Kimi Raikkonen, ficou 17 giros na ponta. Bernd Maylander,
31, foi o alemão que mais se destacou ontem em Interlagos. Ele é o
responsável por dirigir o safety
car, grande atração do GP.
"Posso dizer que não foi um trabalho fácil, mas, no final das contas liderei a prova por 19 voltas",
disse, sem saber ao certo quantos
giros havia "liderado". "Foi meu
recorde. Nunca fiquei por tantas
voltas na pista em uma corrida."
Ontem, em Interlagos, Maylander disse que alcançou 235 km/h
na Reta dos Boxes com o Mercedes CLK 55 AMG que dirige. Parece muito? Parece, mas não é. Um
carro de F-1 chega a atingir 320
km/h nesse mesmo trecho.
"Nas retas não tinha problema,
a grande preocupação era mesmo
nas curvas, onde parecia que tinha rios de tanta água."
Ele disse, no entanto, que a pista
não estava tão ruim como no treino de sexta-feira de manhã. "Foi
tranquilo. Hoje [ontem" todo
mundo sabia que tinha bastante
água na pista e que era preciso ser
bastante cuidadoso."
Mas conduzir o safety car em todos os GPs do calendário da F-1
-esta é sua quarta temporada
nesta função- não é o único emprego de Maylander. Ele também
disputa o DTM, campeonato alemão de turismo, desde 1995, como piloto da Mercedes.
"É muito mais difícil ser piloto
do que conduzir o safety car, pois
quando corremos estamos sempre no limite. Com o safety car estamos apenas perto do limite",
afirmou o piloto de 1,80 m e 72 kg,
ressaltando que usou "apenas
90%" do potencial do carro (em
Monza, chega a 280 km/h).
Para saber se está indo rápido
ou devagar demais, Maylander
disse que presta atenção à distância que ele está do primeiro piloto
da fila. "Se vejo que ele está muito
perto de mim, sei que estou lento
e acelero. Se eles ficam longe, percebo que estou rápido."
O piloto tem um contrato renovado anualmente com a FIA e diz
que ganha "muito bem". "É um
trabalho maravilhoso. Faço o que
gosto, viajo o mundo inteiro e
ainda ganho para isso", disse. No
carro, ele não está sozinho. É
acompanhado por outro piloto, o
também alemão Peter Tibbets.
Maylander disse ainda que adora visitar o Brasil. "Gosto muito
de vir para cá. A pista aqui é maravilhosa, e sou um fã das coisas
boas do Brasil, como caipirinha e
as mulheres bonitas", afirmou.
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