São Paulo, quarta-feira, 07 de abril de 2004 |
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SURFE Apesar de ondas fracas, eventos atraem a atenção da mídia estrangeira Amazônia faz torneio na pororoca para gringo ver
JOSÉ EDUARDO RONDON DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARARI (MA) Esporte até então praticamente desconhecido, que enfrenta dificuldades, como a imprevisibilidade das ondas, para emplacar, o surfe na pororoca da Amazônia começa a se organizar em campeonatos e a atrair a atenção da mídia internacional. No último domingo, 30 brasileiros tentaram quebrar num rio da região o recorde de surfistas em uma mesma onda. Foi a estratégia para divulgar o 2º Circuito Brasileiro de Surfe na Pororoca, que acontece desde segunda em Arari, a 166 km de São Luís (MA). O recorde não foi quebrado porque a onda foi fraca, mas o espaço na mídia, inclusive a internacional, já estava garantido. Uma equipe da TV pública alemã ZDF e um fotógrafo free-lancer da agência Reuters acompanham essa segunda etapa no Maranhão, que termina amanhã. A primeira etapa, em São Domingos do Capim (PA), no mês passado, foi acompanhada por um repórter do "New York Times". A última etapa do circuito, que deve começar no próximo dia 18 no rio Araguari, em Macapá (AP), terá a presença de uma equipe de TV japonesa, de acordo com a organização do evento. A competição no Maranhão ocorre no ponto em que as águas dos rios Mearim e Pindaré se encontram com a maré vinda da baía de São Marcos. As ondas, que chegam a ter 5 m, atingiram 2,5 m nos primeiros dias do evento. O paraense Noélio Sobrinho, 35, presidente da Associação Brasileira de Surfe na Pororoca, conta que descobriu a possibilidade de surfar na pororoca em 1997. "Assisti a um documentário e as ondas eram perfeitas para o surfe." A pororoca ocorre durante a cheia da maré, quando a água do mar invade o leito do rio e forma uma "superonda", ao menos em comprimento. Os surfistas correm o risco de ter seu dia jogado fora caso percam a única onda do dia ou dêem de cara com uma onda de apenas 50 cm de altura. "Em 2003, conseguimos pela primeira vez organizar um circuito brasileiro, com três etapas -no Pará, no Maranhão e no Amapá. Em 2004, com apoio do governo dos três Estados, estamos dando continuidade ao projeto de divulgar para o nosso país e para o mundo uma aventura que poucas pessoas conhecem", explicou Sobrinho. A radicalidade e a criatividade das manobras são critérios adotados para julgar as manobras dos competidores. Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Perfil: Cearense fica mais de meia hora na onda Índice |
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