São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

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JUCA KFOURI

Este Corinthians é uma vergonha


Aconteceu exatamente o que de pior poderia acontecer: o Santos fez a parte dele ontem à tarde, e o Corinthians, não

QUEM VIU Corinthians e Fortaleza pela Copa do Brasil, no meio da semana, não tinha dúvida: o problema corintiano era muito menos a Ponte Preta e muito mais o Noroeste.
A bem da verdade, o grande problema corintiano é o próprio Corinthians, um time anedótico do meio de campo para a frente, embora tenha feito dois gols ontem, enquanto sua peça forte, a defesa, por ironia, levou três. E nada que se diga justifica o vexame em Bauru, que deve servir de alerta até para que o Corinthians tome providências para não fazer do que é aparentemente fácil, voltar à primeira divisão, um drama.
Vale dizer que a justiça do futebol prevaleceu no Campeonato Paulista e que teremos as semifinais mais sugestivas, até por separar os dois gigantes da capital dos dois times do interior, o que garante um lugar na final para Guará ou Ponte.
É claro que Palmeiras e São Paulo farão o que se chama de final antecipada, porque são superiores aos dois pequenos e porque não terão de ir nem a Campinas nem a Guaratinguetá, graças aos absurdos cometidos por federações como a paulista ou a carioca ou a mineira ou a gaúcha, pernambucana... Absurdos que, no entanto, ao menos não se transformaram em favorecimento dentro de campo nesta última rodada, quando o jogo do Corinthians foi arbitrado dentro das regras, um alívio.
Enfim, o Palmeiras tem a faca e o queijo nas mãos para ganhar seu 22º título estadual.
Porque não só está em óbvia ascensão, além de ter o melhor elenco, como não tem conflitos internos, como os que têm pautado, quem diria, a vida do organizado São Paulo ultimamente.
Que o digam Fábio Santos e Carlos Alberto, duas baixas no reformatório do Morumbi, que confundiu ossos e músculos com cabeças, muito mais difíceis de serem tratadas. É claro que o favoritismo alviverde pode pesar contra o Palmeiras e é evidente que ninguém pode derrotar antes da hora este São Paulo tão acostumado a decidir, ainda mais com Adriano comparecendo a cada jogo com seus gols decisivos. Mas que o tricolor, no caso, é o azarão, é mesmo.
Palmas, é claro, para Guaratinguetá e Ponte Preta, longe de serem brilhantes, mas que chegaram longe numa trajetória sem altos e baixos, segura e organizada.

Atitude
Digna de elogio a firmeza do presidente da CBF em relação à questão da altitude no futebol. Ficou isolado na Conmebol e contrariou até a posição do presidente do Brasil. Mas, desta vez, Ricardo Teixeira merece ser saudado.
A Ciência do Esporte agradece e o espírito esportivo também, porque a questão é só essa, a de dar condições iguais a todos que participem de uma disputa esportiva. O Santos e o San José sabem do que estamos falando, para citar apenas o exemplo mais recente.

Homenagem
Vai-se o mais brilhante dos ombudsmen. E retorna o melhor dos repórteres.
Mário Magalhães, mais uma vez, só merece elogios.

blogdojuca@uol.com.br


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