São Paulo, terça-feira, 07 de abril de 2009

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Após 3 dias em favela, Adriano define futuro

Delegado diz que atleta teve contato com traficantes

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O atacante Adriano se encontrou com traficantes da Vila Cruzeiro depois de se recusar a voltar para a Itália após o jogo da seleção brasileira em Porto Alegre, segundo o delegado Marcos Reimão, da DAS (Delegacia Antissequestro), do Rio.
Ontem, Gilmar Rinaldi, procurador do jogador, falou com dirigentes da Inter de Milão para acertar o futuro do atleta, que permanece indefinido.
""O Adriano é ídolo na localidade e referência para a comunidade toda. Sabemos que ele ficou triste por um problema sentimental e foi para lá se confortar", contou Reimão.
"Como foi criado lá, acabou se encontrando com o Mica [Paulo Rogério de Souza Paz, chefe do tráfico local] e outros, mas não passou disso", disse Reimão, acrescentando que não fez incursão na favela para encontrar o atacante.
Adriano ficou três dias na Vila Cruzeiro, favela onde foi criado, na Penha, zona norte do Rio. A região é controlada por traficantes da facção criminosa Comando Vermelho.
O jogador teria decidido se refugiar na favela após brigar com sua namorada, a professora de educação física Joana Machado. Nos três dias em que ficou na Vila Cruzeiro, Adriano conversou com amigos, visitou familiares e participou de um baile funk na comunidade.
Realizada na sexta, a festa contou inclusive com a presença de traficantes armados.
""Apesar de seu comportamento não ter sido uma maravilha, ele merece o nosso respeito. Não tem nada que comprove o uso de drogas. O Adriano já defendeu o nosso país, já foi submetido a vários exames antidoping e merece o nosso respeito", repetiu o delegado.
O atacante permaneceu ontem no Rio de Janeiro. Ele ficou na casa da sua mãe, na Barra da Tijuca, na zona oeste, onde está desde sábado. O jogador, até agora, não explicou publicamente os motivos que o levaram a abandonar seu clube, que lidera com folga o Italiano.
Depois de se reunir com o atleta, Rinaldi admitiu que Adriano passou três dias na Vila Cruzeiro, mas não quis dar detalhes sobre a razão de o atleta ter permanecido no Brasil.
O empresário do jogador disse que ele estava muito chateado com os ""boatos" sobre seu desaparecimento. Segundo Rinaldi, algumas pessoas chegaram a falar que o atacante tinha sido assassinado na favela.
""Inventaram um monte de coisa. Chegaram a dizer que ele tinha morrido. Ele tem problemas particulares, como todo mundo", comentou Rinaldi, ao deixar ontem o Rio.
Com o futuro incerto na Inter de Milão, o jogador poderá ser emprestado nos próximos dias para um clube brasileiro.
Devido a esses problemas, o atacante dificilmente será chamado pelo técnico Dunga, para o jogo contra o Uruguai, em junho, pelas eliminatórias.


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