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Após 3 dias em favela, Adriano define futuro
Delegado diz que atleta teve contato com traficantes
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
O atacante Adriano se encontrou com traficantes da Vila
Cruzeiro depois de se recusar a
voltar para a Itália após o jogo
da seleção brasileira em Porto
Alegre, segundo o delegado
Marcos Reimão, da DAS (Delegacia Antissequestro), do Rio.
Ontem, Gilmar Rinaldi, procurador do jogador, falou com
dirigentes da Inter de Milão para acertar o futuro do atleta,
que permanece indefinido.
""O Adriano é ídolo na localidade e referência para a comunidade toda. Sabemos que ele
ficou triste por um problema
sentimental e foi para lá se confortar", contou Reimão.
"Como foi criado lá, acabou
se encontrando com o Mica
[Paulo Rogério de Souza Paz,
chefe do tráfico local] e outros,
mas não passou disso", disse
Reimão, acrescentando que
não fez incursão na favela para
encontrar o atacante.
Adriano ficou três dias na Vila Cruzeiro, favela onde foi
criado, na Penha, zona norte do
Rio. A região é controlada por
traficantes da facção criminosa
Comando Vermelho.
O jogador teria decidido se
refugiar na favela após brigar
com sua namorada, a professora de educação física Joana Machado. Nos três dias em que ficou na Vila Cruzeiro, Adriano
conversou com amigos, visitou
familiares e participou de um
baile funk na comunidade.
Realizada na sexta, a festa
contou inclusive com a presença de traficantes armados.
""Apesar de seu comportamento não ter sido uma maravilha, ele merece o nosso respeito. Não tem nada que comprove o uso de drogas. O Adriano já defendeu o nosso país, já
foi submetido a vários exames
antidoping e merece o nosso
respeito", repetiu o delegado.
O atacante permaneceu ontem no Rio de Janeiro. Ele ficou
na casa da sua mãe, na Barra da
Tijuca, na zona oeste, onde está
desde sábado. O jogador, até
agora, não explicou publicamente os motivos que o levaram a abandonar seu clube, que
lidera com folga o Italiano.
Depois de se reunir com o
atleta, Rinaldi admitiu que
Adriano passou três dias na Vila Cruzeiro, mas não quis dar
detalhes sobre a razão de o atleta ter permanecido no Brasil.
O empresário do jogador disse que ele estava muito chateado com os ""boatos" sobre seu
desaparecimento. Segundo Rinaldi, algumas pessoas chegaram a falar que o atacante tinha
sido assassinado na favela.
""Inventaram um monte de
coisa. Chegaram a dizer que ele
tinha morrido. Ele tem problemas particulares, como todo
mundo", comentou Rinaldi, ao
deixar ontem o Rio.
Com o futuro incerto na Inter de Milão, o jogador poderá
ser emprestado nos próximos
dias para um clube brasileiro.
Devido a esses problemas, o
atacante dificilmente será chamado pelo técnico Dunga, para
o jogo contra o Uruguai, em junho, pelas eliminatórias.
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