São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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Copa-14 vira problema para Rio-16

OLIMPÍADA
Comitê é questionado se não haverá atraso na preparação


VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

Os atrasos na organização da Copa do Mundo-2014 no Brasil viraram um fardo para o comitê organizador da Rio-2016, responsável pela realização da Olimpíada no país.
Carlos Nuzman e os principais executivos da Rio-2016 foram a Londres para vender o "Rio, cidade maravilhosa".
Mas a imprensa internacional só queria saber de uma coisa: se os preparativos para a Copa de 2014 estão piores do que o verificado na África do Sul, como diz a Fifa, como garantir que, com a Olimpíada, será diferente?
Nuzman, presidente do comitê organizador, que por muito tempo foi desafeto de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, tentou ser polido.
"São organizações diferentes. Não estamos envolvidos com a Copa, mas temos certeza de que teremos uma fantástica Copa", disse.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) também foi questionado, mas seu presidente, Jacques Rogge, diz que o tema não o preocupa.
A violência foi outro assunto. Leonardo Gryner, diretor-geral do comitê da Rio- -2016, disse que o assunto é coisa do passado e repetiu várias vezes que Copacabana não registrou "um só caso de violência desde dezembro".
Um jornalista britânico disse que foi ao Rio em novembro e viu tiroteio e ônibus queimado perto do hotel.
"Pode ficar tranquilo. Até 2016, todas as favelas estarão pacificadas, sob o controle da polícia", disse Gryner, para descrença da maioria.
"O Obama visitou uma favela pacificada e ficou impressionado. Foi lá, com a mulher e tudo", disse Nuzman, que tentou continuar com sua agenda positiva.
Afirmou que os preparativos para 2016 já estão transformando o Rio e que a cidade fará um evento para maravilhar o mundo. Disse, por exemplo, que o Rio se comprometeu com o COI a ter 28 mil leitos em hotéis até 2016.
"Recebi agora uns dados da prefeitura. Em dezembro, já havia atingido 24 mil. Para 2016, serão 34 mil leitos."
Houve também questões sobre dinheiro. Segundo Gryner, já foram obtidos com patrocinadores US$ 320 milhões (cerca de R$ 514,5 milhões). As projeções iniciais são de gastos de US$ 1,2 bilhão (R$ 1,93 bilhão).
Um repórter quis saber se um evento não atrapalha a captação de dinheiro pelo outro. "Não. Até ajuda. Isso mostra a força do mercado brasileiro", disse Gryner.


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