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São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2003

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Direção não traz técnico e é criticada por atletas que pegarão Goiás; Leão agora é o mais cotado

Órfão, São Paulo joga para evitar ampliação de crise

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio à crise política que culminou na demissão de Oswaldo de Oliveira, o São Paulo faz hoje contra o Goiás um jogo decisivo para o principal objetivo do time desde 1994: voltar à Libertadores.
Os atletas reclamam, mas terão de atuar sob o comando do que Reinaldo, de volta à equipe após cumprir suspensão, chama de "colegiado". O atacante se refere ao grupo formado pelo treinador de goleiros Roberto Rojas, que ficará no banco como interino, e por Rogério e Ricardinho.
"Não sou muito a favor disso [colegiado]. Acho que a diretoria deveria apresentar logo o novo treinador para que ele possa definir o seu esquema tático e escolher aqueles que devem jogar", comentou o atacante. Em seguida, acrescentou: "Pelo que ele [Rojas] demonstrou, acho que não tem vontade nenhuma de ser o treinador. Ele está aí só para ajudar e, claro, vamos ajudar".
Resignado, Ricardinho também mostrou preocupação com a indefinição. "A nossa ansiedade é a mesma da imprensa. Não sabemos de nada e temos que nos preparar para um jogo difícil. O Oswaldo nos fará falta, mas não poderemos usar a crise como determinante do resultado do jogo."
Se o São Paulo não obtiver um bom resultado -o jogo de volta da Copa do Brasil será na quinta da semana que vem-, a pressão sobre o presidente Marcelo Portugal Gouvêa deverá aumentar.
Mesmo assim, o diretor de futebol do clube, Carlos Augusto Barros e Silva, mostrou-se calmo. "Não resolvemos nada apressadamente. Temos consciência das críticas que sofreremos se o time fracassar. Mas o Rojas é capaz e recebeu nosso apoio. Um revés pode acontecer com ele ou com qualquer outro técnico. Nada nos assegura que o próximo técnico também só vá ganhar."
Para a oposição -e para setores da situação-, o presidente se precipitou ao demitir o treinador sem definir um substituto. Ele também tem sido criticado por ter deixado o time sem comando na reta final da Copa do Brasil, dividindo as decisões entre o goleiro Rogério e o meia Ricardinho e a dupla Rojas/Milton Cruz.
Apesar de ter procurado um consenso entre a cúpula são-paulina para o substituto de Oliveira, Gouvêa fracassou. Chegou a dizer que o time tinha 15 opções.
Tite, atual técnico do Grêmio, que seria uma das principais alternativas, emitiu nota oficial dizendo que permanece no Sul para dirigir o time, que está nas oitavas-de-final da Taça Libertadores.
Apesar de ter inicialmente admitido que um convite do São Paulo seria interessante, Muricy Ramalho, líder do Brasileiro com o Inter, endureceu o discurso e disse que pretende seguir no Sul. Ele liderava a lista dos técnicos que mais "facilmente" se desvinculariam de seu clube.
A principal opção do São Paulo passou a ser o santista Emerson Leão. Ele já foi sondado pelo clube, que espera uma resposta após o Santos x Nacional desta noite.
Leão mostra simpatia pela idéia e conta com a admiração de Márcio Aranha, vice do clube. O técnico já tinha declarado que pretende sair do Santos no final do ano e que seus "meninos" teriam que se acostumar com a idéia.
Se Leão vier, Marco Aurélio Cunha, supervisor de futebol e homem de confiança do conselheiro Juvenal Juvêncio, pode sair. Leão e Cunha não se dão desde que o dirigente saiu da Vila por problemas com o técnico -em uma passagem anterior pelo Santos.
Mesmo assim, se Leão for contratado, Barros e Silva não se mostra preocupado com a desavença. "Isso não seria inconciliável."


NA TV - Record (só para a Grande SP), ao vivo, às 21h40


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