|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Direção não traz técnico e é criticada por atletas que pegarão Goiás; Leão agora é o mais cotado
Órfão, São Paulo joga para evitar ampliação de crise
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à crise política que culminou na demissão de Oswaldo
de Oliveira, o São Paulo faz hoje
contra o Goiás um jogo decisivo
para o principal objetivo do time
desde 1994: voltar à Libertadores.
Os atletas reclamam, mas terão
de atuar sob o comando do que
Reinaldo, de volta à equipe após
cumprir suspensão, chama de
"colegiado". O atacante se refere
ao grupo formado pelo treinador
de goleiros Roberto Rojas, que ficará no banco como interino, e
por Rogério e Ricardinho.
"Não sou muito a favor disso
[colegiado]. Acho que a diretoria
deveria apresentar logo o novo
treinador para que ele possa definir o seu esquema tático e escolher aqueles que devem jogar",
comentou o atacante. Em seguida, acrescentou: "Pelo que ele
[Rojas] demonstrou, acho que
não tem vontade nenhuma de ser
o treinador. Ele está aí só para ajudar e, claro, vamos ajudar".
Resignado, Ricardinho também
mostrou preocupação com a indefinição. "A nossa ansiedade é a
mesma da imprensa. Não sabemos de nada e temos que nos preparar para um jogo difícil. O Oswaldo nos fará falta, mas não poderemos usar a crise como determinante do resultado do jogo."
Se o São Paulo não obtiver um
bom resultado -o jogo de volta
da Copa do Brasil será na quinta
da semana que vem-, a pressão
sobre o presidente Marcelo Portugal Gouvêa deverá aumentar.
Mesmo assim, o diretor de futebol do clube, Carlos Augusto Barros e Silva, mostrou-se calmo.
"Não resolvemos nada apressadamente. Temos consciência das
críticas que sofreremos se o time
fracassar. Mas o Rojas é capaz e
recebeu nosso apoio. Um revés
pode acontecer com ele ou com
qualquer outro técnico. Nada nos
assegura que o próximo técnico
também só vá ganhar."
Para a oposição -e para setores
da situação-, o presidente se
precipitou ao demitir o treinador
sem definir um substituto. Ele
também tem sido criticado por ter
deixado o time sem comando na
reta final da Copa do Brasil, dividindo as decisões entre o goleiro
Rogério e o meia Ricardinho e a
dupla Rojas/Milton Cruz.
Apesar de ter procurado um
consenso entre a cúpula são-paulina para o substituto de Oliveira,
Gouvêa fracassou. Chegou a dizer
que o time tinha 15 opções.
Tite, atual técnico do Grêmio,
que seria uma das principais alternativas, emitiu nota oficial dizendo que permanece no Sul para
dirigir o time, que está nas oitavas-de-final da Taça Libertadores.
Apesar de ter inicialmente admitido que um convite do São
Paulo seria interessante, Muricy
Ramalho, líder do Brasileiro com
o Inter, endureceu o discurso e
disse que pretende seguir no Sul.
Ele liderava a lista dos técnicos
que mais "facilmente" se desvinculariam de seu clube.
A principal opção do São Paulo
passou a ser o santista Emerson
Leão. Ele já foi sondado pelo clube, que espera uma resposta após
o Santos x Nacional desta noite.
Leão mostra simpatia pela idéia
e conta com a admiração de Márcio Aranha, vice do clube. O técnico já tinha declarado que pretende sair do Santos no final do ano e
que seus "meninos" teriam que se
acostumar com a idéia.
Se Leão vier, Marco Aurélio Cunha, supervisor de futebol e homem de confiança do conselheiro Juvenal Juvêncio, pode sair. Leão
e Cunha não se dão desde que o
dirigente saiu da Vila por problemas com o técnico -em uma
passagem anterior pelo Santos.
Mesmo assim, se Leão for contratado, Barros e Silva não se mostra preocupado com a desavença.
"Isso não seria inconciliável."
NA TV - Record (só para a Grande SP), ao vivo, às 21h40
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Em lista de 30, só Luxemburgo está descartado Índice
|