São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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BASQUETE

Campeões da 1ª fase costumam cair nos playoffs, que começam hoje

Líder, Uberlândia desafia tradição por título nacional

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem nunca ter ganhado o Nacional masculino, o Uberlândia, líder da fase de classificação, busca manter a boa performance nos mata-matas, em melhor de cinco jogos, que começam hoje, com Araraquara x Ajax. O Uberlândia estréia na terça, contra o Minas.
Historicamente, os vencedores da fase inicial costumam naufragar nos playoffs. Das 14 edições já disputadas, em só seis o campeão da primeira fase ratificou o título.
Nos últimos seis anos isso ocorreu duas vezes, com o Bauru, em 2002, e o Vasco, há quatro anos.
O Uberlândia vem de uma experiência amarga em 2003. Depois da liderança na primeira fase (aproveitamento de 84,4%), a equipe perdeu a final para o Ribeirão Preto, por 3 a 1. Neste ano, com 80% de vitórias, a preocupação dos mineiros é chegar bem.
"Temos problemas de lesão, por isso poupei atletas", diz o técnico Hélio Rubens, cuja equipe disputou dois jogos adiados nesta semana, contra Minas e Blumenau.
Três titulares são dúvida: Valtinho, Tony Harris e Janjão. A situação mais difícil é a do americano, que quebrou um dedo da mão. Os atletas ficaram fora dos últimos dois jogos, que não alterariam a colocação do time. O técnico também deu descanso a Rogério, desgastado com a disputa simultânea da Liga Sul-Americana. "Foi frustrante perder o título para o Atenas. Mas temos maturidade para não festejarmos tanto nas vitórias nem nos abalarmos nas derrotas", diz Hélio Rubens.
O Nacional-04 colocou de novo em evidência as equipes de fora de São Paulo. Pela primeira vez no torneio, os quatro primeiros lugares são de Estados diferentes: Uberlândia, Flamengo, Ajax-GO e Mogi. "Chegamos a uma fase decisiva, em que qualquer clube pode levar o título", analisa Flávio Davis, treinador do Minas, oitavo colocado da fase de classificação.
Tom Zé, técnico do Araraquara, crê que possam ocorrer novas surpresas. "O momento é que manda. Quem ficou em oitavo pode eliminar o primeiro."
Lula, técnico do Ribeirão, adota discurso semelhante. "Não fizemos uma campanha tão boa. Mas temos que esquecer tudo. Agora começa outro campeonato", diz o técnico do time paulista, que pega o Flamengo nos mata-matas. Historicamente, o Ribeirão supera os cariocas na fase eliminatória. Foi assim em 1998 e em 2002.
"Tivemos a honra de sermos escolhidos pelo campeão nacional, que armou uma derrota para o Tijuca para evitar o Ajax nos playoffs", acusa o técnico Emanuel Bonfim, do Flamengo, que ficou em segundo na primeira fase.
"Agora vamos mostrar nossa força", completa o treinador, que espera vingar uma eliminação frustrante. Em 2001, dirigiu o Botafogo, melhor time da fase de classificação, que perdeu nas semifinais para o Ribeirão por 3 a 2.
"A derrota foi sofrida. Após o jogo anunciei minha aposentadoria", lembra Bonfim, que voltou neste ano para dirigir o Flamengo.
Técnico do Campos, que disputa seu primeiro mata-mata contra o Mogi, Guerrinha já dirigiu duas equipes que foram campeãs da primeira fase. No Ribeirão, em 1998, perdeu a final. Já no Bauru, há dois anos, ergueu o troféu.
Agora, quer surpreender. "No papel, o Mogi tem mais talento. Mas há outros fatores que influenciam, como o estado físico e a motivação", afirma Guerrinha.


NA TV - Araraquara x Ajax, na Sportv, ao vivo, às 18h


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